São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

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MERCADO TENSO

Ministros Lafer e Quadros refutam críticas do Goldman Sachs

Governo brasileiro reage a avaliação negativa de banco

PATRÍCIA ZIMMERMANN
DA FOLHA ONLINE

Os ministros Celso Lafer (Relações Exteriores) e Juarez Quadros (Comunicações) criticaram ontem avaliação do banco norte-americano Goldman Sachs que recomenda redução de investimento no setor de telecomunicações no Brasil. "É algo para quem não conhece o mercado", afirmou Lafer. Segundo ele, "falta objetividade de critérios" nas avaliações de risco.
"Assim como na área de auditoria você tem parâmetros apropriados, que permitem dizer se as contas estão ou não compatíveis com procedimentos básicos, também essas avaliações de risco devem obedecer a critérios aceitáveis e apropriados", disse Lafer.
Quadros argumentou que o país possui hoje a quinta planta mundial de telefonia fixa e a sexta em telefonia móvel. Ele destacou ainda que a indústria nacional do setor de telecomunicações tem um perfil exportador recomendado pelo banco.
O mercado brasileiro atual "mostra outra tendência e não essa a que o banco se refere", afirmou Quadros. Ele descartou a possibilidade de vinculação da situação atual do setor com o período eleitoral, como sugeriu o banco no seu relatório. "Não vejo nenhuma condição de fazer vinculação com a questão eleitoral."
Quadros descartou ainda a possibilidade de que a avaliação do Goldman Sachs influencie os investimentos na TV digital, cujo padrão tecnológico deverá ser definido ainda neste semestre. Ele sugeriu aos investidores que analisem as avaliações feitas por outros bancos, que já manifestaram posições favoráveis ao país.
Para o ministro, a avaliação é "circunstancial", uma vez que o próprio banco avaliava o país positivamente. O Goldman Sachs recomendou a seus clientes que reduzam suas aplicações em ações de bancos, teles e energia e que transferissem seus investimentos do Brasil para o México.



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