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Alta do dólar favorece a cotação da Vale
ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL
As denúncias sobre cobrança de
propina na privatização da Vale
do Rio Doce não devem ser motivo de preocupação para os trabalhadores que investiram parte do
FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço) em ações da
empresa. Pelo contrário: a crise
tem um efeito positivo sobre a sua
cotação em Bolsa.
De acordo com analistas consultados pela Folha, a possibilidade de o atual governo ou mesmo
do próximo de voltar atrás na privatização é quase zero. Além disso, Benjamin Steinbruch, que teria sido alvo do suposto pedido de
propina na privatização, desde
2001 não faz mais parte do conselho de administração da empresa.
Para a Vale, a denúncia tem um
lado positivo, pois a crise, ao elevar a cotação do dólar, favorece o
seu balanço. A Vale é a terceira
maior exportadora brasileira.
Quanto mais alto estiver o dólar,
maior será a sua receita em reais e,
consequentemente, o seu lucro.
"Sempre que há incerteza no cenário político, as empresas exportadoras são beneficiadas", explica
Mauro Giorgi, analista de investimentos da corretora Novação.
Ontem, enquanto o Ibovespa
caiu 1,42%, as cotações das ações
das principais exportadoras subiram. Os papéis ON da Vale fecharam em R$ 66,40, com alta de
1,37% no dia, e os PN, em R$
66,20, com alta de 1,85%.
Segundo dados da Associação
Nacional dos Bancos de Investimento, de 27/3, quando foram
criados, até 30/4, as cotas dos fundos de privatização FGTS com
ações da Vale subiram 18,19%.
Petrobras
Embora seja uma grande exportadora, a Petrobras não tem sido
favorecida com a crise e a alta do
dólar. Ontem, a cotação do papel
PN caiu 1,99% e a do ON, 1,82%.
Em 30 dias, a queda foi de, respectivamente, 7,17% e 6,96%.
Além de ser influenciada pelo
preço do petróleo no mercado internacional, um dos pontos que
difere a Petrobras das demais exportadoras é o fato de ser controlada pelo governo federal.
Isso é o que estaria levando alguns investidores a se desfazer
dessa ação. Segunda Vianna, alguns deles, principalmente estrangeiros, temem que, caso um
dos candidatos da oposição vença
a eleição para presidente da República, a Petrobras possa voltar a
ser utilizada para fins políticos no
próximo governo.
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