São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EXPURGOS

Para especialista, trabalhadores que já fizeram adesão devem mantê-la

Deixar acordo do FGTS não compensa

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os metalúrgicos filiados ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo que assinaram o Termo de Adesão do acordo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e têm até R$ 2.000 para receber não devem desistir, pois receberão tudo até janeiro de 2003, sem deságio.
A sugestão é de Mario Alberto Avelino, presidente do Instituto FGTS Fácil, ao avaliar os efeitos da vitória do sindicato na questão do expurgo de 44,8% de abril de 1990, durante o Plano Collor 1 -a Justiça decidiu que eles têm direito de receber os 44,8% de uma só vez, com juros e correção.
Avelino diz que para esses trabalhadores não há a menor dúvida em continuar no acordo. Quem tem até R$ 1.000 recebe tudo no mês que vem. Quem tiver até R$ 2.000 recebe R$ 1.000 em julho e o restante (de R$ 1 a R$ 1.000) em janeiro de 2003.
Há dois motivos, segundo Avelino, que beneficiam o trabalhador: o valor virá em pouco mais de nove meses e a perda, nesses casos, será de apenas 2,75% (até R$ 1.000) ou de 3,77% (até R$ 2.000), pois o dinheiro deixou de receber juros desde 10 de agosto de 2001.
Avelino diz que os metalúrgicos que ainda não aderiram ao acordo devem, primeiro, preencher o Termo de Adesão para atualizar os dados cadastrais (como endereço, por exemplo). Depois, se o comunicado da CEF indicar que o valor a receber é de até R$ 2.000, devem assinar o acordo imediatamente para poder receber conforme o calendário estabelecido pelo governo.
Para os metalúrgicos que têm mais de R$ 2.000 para receber, Avelino sugere que esperem até o final do ano para ver o que acontecerá com a ação de execução determinada pela Justiça.
No caso desses trabalhadores, a primeira parcela só será paga em janeiro de 2003. Portanto a adesão poderá ser feita até 30 de dezembro deste ano.

Outros
Os demais trabalhadores que já aderiram ao acordo não devem desistir, qualquer que seja o valor a receber, sugere o especialista. É que a decisão da Justiça que beneficiou os metalúrgicos não tem efeito para eles. Assim, é melhor receber pelo acordo do que começar uma nova batalha jurídica.
É que, nesses casos, se o valor a receber não for alto, não compensa pagar um advogado para ir à Justiça. Se o valor for alto (acima de R$ 8.000), além do gasto com o advogado há o deságio de 15%.
Além disso, quem entrar com uma ação agora poderá demorar mais tempo para receber do que pelo acordo -cerca de quatro anos e oito meses, uma vez que a última parcela, para quem tem mais de R$ 8.000, está prevista para ser paga em janeiro de 2007.



Texto Anterior: Opinião Econômica - Benjamin Steinbruch: Infra-estrutura, desafio de tirar o sono
Próximo Texto: Atualizar dados é primeiro passo para receber
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.