São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

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NAS AMÉRICAS

Em reunião de empresários, secretário de Estado dos EUA fala de corrupção e de politização da Justiça argentina

Powell elogia Brasil e critica Argentina

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell, elogiou ontem o atual estágio político e econômico do Brasil e recomendou à Argentina que promova as reformas necessárias para coibir o endividamento excessivo do setor público, a corrupção e a politização do sistema judicial.
Powell participou da abertura da conferência anual do Conselho das Américas, em Washington, organização que reúne grandes grupos empresariais com interesses econômicos no hemisfério.
Num discurso de cerca de 15 minutos dedicado ao continente americano, o secretário disse que os Estados Unidos estão dispostos a ajudar a Argentina a sair de sua atual crise, mas que o país precisa agir. "Reformas econômicas sozinhas não vão fazer a Argentina sair da crise", disse ele. "A Argentina precisa lidar com os problemas institucionais e políticos que encorajam o endividamento excessivo do setor público, a corrupção, a politização do sistema judicial e a falta de transparência das atividades do governo."

Amigos da onça
Outras autoridades norte-americanas manifestaram apoio à Argentina nessas mesmas condições. O vice-presidente dos EUA, Richard Cheney, afirmou que os EUA estão dispostos a ajudar os argentinos, mas que "é crucial evitar medidas de curto prazo que só vão piorar o assunto".
Ele não disse a que medidas referia-se. No entanto, esclareceu que os Estados Unidos estão dispostos a ajudar o governo em Buenos Aires de forma indireta, por meio do FMI (Fundo Monetário Internacional) e de outras instituições multilaterais.
Citando o tema da conferência - "Novas Realidades no Hemisfério" -, um empresário perguntou ao subsecretário do Tesouro dos EUA, Peter Fisher, se os EUA deveriam elaborar medidas originais e alternativas para ajudar a Argentina. Fisher sugeriu ao empresário que dirigisse a pergunta à vice-diretora-gerente do FMI, Anne Krueger, que, segundo ele, coordena as negociações do Fundo com o governo argentino.
Powell afirmou que os EUA estão satisfeitos com a perspectiva de dividirem com o Brasil a co-presidência da fase final das negociações da Alca (Área do Livre Comércio das Américas), a partir de outubro. "O Brasil é uma das maiores economias do mundo, com a qual dividimos objetivos comuns como a promoção da democracia e a reforma econômica, o avanço do comércio livre e o combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas"



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