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NAS AMÉRICAS
Em reunião de empresários, secretário de Estado dos EUA fala de corrupção e de politização da Justiça argentina
Powell elogia Brasil e critica Argentina
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell, elogiou
ontem o atual estágio político e
econômico do Brasil e recomendou à Argentina que promova as
reformas necessárias para coibir o
endividamento excessivo do setor
público, a corrupção e a politização do sistema judicial.
Powell participou da abertura
da conferência anual do Conselho
das Américas, em Washington,
organização que reúne grandes
grupos empresariais com interesses econômicos no hemisfério.
Num discurso de cerca de 15 minutos dedicado ao continente
americano, o secretário disse que
os Estados Unidos estão dispostos
a ajudar a Argentina a sair de sua
atual crise, mas que o país precisa
agir. "Reformas econômicas sozinhas não vão fazer a Argentina
sair da crise", disse ele. "A Argentina precisa lidar com os problemas institucionais e políticos que
encorajam o endividamento excessivo do setor público, a corrupção, a politização do sistema
judicial e a falta de transparência
das atividades do governo."
Amigos da onça
Outras autoridades norte-americanas manifestaram apoio à Argentina nessas mesmas condições. O vice-presidente dos EUA,
Richard Cheney, afirmou que os
EUA estão dispostos a ajudar os
argentinos, mas que "é crucial
evitar medidas de curto prazo que
só vão piorar o assunto".
Ele não disse a que medidas referia-se. No entanto, esclareceu
que os Estados Unidos estão dispostos a ajudar o governo em
Buenos Aires de forma indireta,
por meio do FMI (Fundo Monetário Internacional) e de outras
instituições multilaterais.
Citando o tema da conferência
- "Novas Realidades no Hemisfério" -, um empresário perguntou ao subsecretário do Tesouro
dos EUA, Peter Fisher, se os EUA
deveriam elaborar medidas originais e alternativas para ajudar a
Argentina. Fisher sugeriu ao empresário que dirigisse a pergunta à
vice-diretora-gerente do FMI,
Anne Krueger, que, segundo ele,
coordena as negociações do Fundo com o governo argentino.
Powell afirmou que os EUA estão satisfeitos com a perspectiva
de dividirem com o Brasil a co-presidência da fase final das negociações da Alca (Área do Livre Comércio das Américas), a partir de
outubro. "O Brasil é uma das
maiores economias do mundo,
com a qual dividimos objetivos
comuns como a promoção da democracia e a reforma econômica,
o avanço do comércio livre e o combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas"
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