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PRODUÇÃO
Serão 1,2 milhão de sacas
Interior de SP tem safra recorde de café
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
A região de Franca (a 400 km de
São Paulo), uma das principais
produtoras de café do Estado de
São Paulo, terá safra recorde neste
ano. A previsão é de cerca de 1,2
milhão de sacas, quase o dobro da
média dos últimos seis anos
-667.753 sacas.
Em comparação à colheita do
ano passado, o aumento na região
chega a 150%, passando de
477.391 sacas para 1.196.178 milhão. Esse número representa
27,53% da previsão para o Estado
em 2002, que é de 4.344.812.
Segundo o presidente da Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores
e Agropecuaristas) de Franca,
Maurício Miarelli, a explicação
para o aumento da produção é
que, neste ano, diferentemente de
períodos anteriores, não houve
estiagem na região.
Ele conta que a estiagem vinha
ocorrendo no nordeste paulista
desde 1996. "Vínhamos de uma
sequência de anos ruins. Por isso,
a lavoura estava descansada. Agora, explodiu [a produção"", afirmou o presidente.
Para o pesquisador do IEA (Instituto de Economia Agrícola) Nelson Batista Martin, além das chuvas que vieram nos momentos
certos da formação das lavouras,
o surgimento de novas áreas também contribuiu para o resultado,
que deve atingir todo o Estado.
"As áreas devem crescer 1,7%, a
produção, 49,01%, e a arrecadação, 40,04% em todo o Estado de
São Paulo", disse.
Segundo o administrador Romildo Batista de Freitas, responsável por 230 hectares de café em
Pedregulho (a 440 km de SP), a
produção do ano passado foi de
3.500 sacas e a previsão é de 8.000
para este ano. "As chuvas [dos últimos meses" foram excepcionais", declarou.
Além de Pedregulho, o fenômeno se repete em outras 11 cidades,
o que deve provocar a falta de locais para estocagem. "Se não houver uma comercialização rápida,
não vai haver lugar para armazenar toda essa produção", afirmou
Miarelli.
Mesmo com a alta da produção,
o presidente da Cocapec afirma
que não há muito o que comemorar, em razão dos baixos preços
do produto -cerca de R$ 110 a
saca. "[A safra" Chega em momento de preço muito ruim. Vem
consertar, em parte, as perdas anteriores", afirmou.
Freitas afirma que não há muita
expectativa de aumento no preço
e que a saída é investir na qualidade. "Não adianta produzir muito
sem qualidade", disse.
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