São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

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PRODUÇÃO

Serão 1,2 milhão de sacas

Interior de SP tem safra recorde de café

ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO

A região de Franca (a 400 km de São Paulo), uma das principais produtoras de café do Estado de São Paulo, terá safra recorde neste ano. A previsão é de cerca de 1,2 milhão de sacas, quase o dobro da média dos últimos seis anos -667.753 sacas.
Em comparação à colheita do ano passado, o aumento na região chega a 150%, passando de 477.391 sacas para 1.196.178 milhão. Esse número representa 27,53% da previsão para o Estado em 2002, que é de 4.344.812.
Segundo o presidente da Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas) de Franca, Maurício Miarelli, a explicação para o aumento da produção é que, neste ano, diferentemente de períodos anteriores, não houve estiagem na região.
Ele conta que a estiagem vinha ocorrendo no nordeste paulista desde 1996. "Vínhamos de uma sequência de anos ruins. Por isso, a lavoura estava descansada. Agora, explodiu [a produção"", afirmou o presidente.
Para o pesquisador do IEA (Instituto de Economia Agrícola) Nelson Batista Martin, além das chuvas que vieram nos momentos certos da formação das lavouras, o surgimento de novas áreas também contribuiu para o resultado, que deve atingir todo o Estado. "As áreas devem crescer 1,7%, a produção, 49,01%, e a arrecadação, 40,04% em todo o Estado de São Paulo", disse.
Segundo o administrador Romildo Batista de Freitas, responsável por 230 hectares de café em Pedregulho (a 440 km de SP), a produção do ano passado foi de 3.500 sacas e a previsão é de 8.000 para este ano. "As chuvas [dos últimos meses" foram excepcionais", declarou.
Além de Pedregulho, o fenômeno se repete em outras 11 cidades, o que deve provocar a falta de locais para estocagem. "Se não houver uma comercialização rápida, não vai haver lugar para armazenar toda essa produção", afirmou Miarelli.
Mesmo com a alta da produção, o presidente da Cocapec afirma que não há muito o que comemorar, em razão dos baixos preços do produto -cerca de R$ 110 a saca. "[A safra" Chega em momento de preço muito ruim. Vem consertar, em parte, as perdas anteriores", afirmou.
Freitas afirma que não há muita expectativa de aumento no preço e que a saída é investir na qualidade. "Não adianta produzir muito sem qualidade", disse.



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