São Paulo, segunda-feira, 07 de maio de 2007

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS
guilherme.barros@oul.com.br

Fiesp calcula perda de 2,2% no PIB com alta das importações

As importações estão impondo uma redução de 2,2% no crescimento do PIB neste ano, segundo estudo da Fiesp ao fazer sua projeção do PIB para 2007. De acordo com o trabalho, essa restrição dificulta muito o crescimento do PIB ser maior do que 4% neste ano.
Segundo a Fiesp, o país teria condições de crescer muito mais do que os 4%. A demanda total da economia cresce a taxas de 6,2% ao ano. O cálculo da demanda é medido por 4% de expansão do PIB e de 2,2% das importações.
O grande problema, segundo Paulo Francini, diretor do departamento de Economia da Fiesp, é que a indústria paga essa conta. O setor mais atingido, a seu ver, com as importações é a indústria. "Todo o crescimento que o Brasil está deixando de ter se concentra na indústria", diz Francini.
O fato é que o governo está bastante preocupado com os efeitos da supervalorização do câmbio sobre a indústria. A equipe da Fazenda está realizando diversos estudos para poder adotar medidas que possam reduzir o impacto negativo da queda do dólar.
Na sexta passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo deve lançar, nos próximos 20 dias, uma medida para desonerar a folha de pagamentos de setores que estão sofrendo prejuízos com a valorização do câmbio. Os segmentos a serem beneficiados seriam o têxtil, o de calçados, o mobiliário e a construção civil.
O governo sabe, no entanto, que medidas como essas, apesar de serem mais eficazes do que a adoção de práticas protecionistas, são apenas paliativas. Há uma consciência geral que está cada vez mais difícil barrar a queda do dólar.
A equipe da Fazenda está quebrando a cabeça para elaborar outras medidas de maior alcance. O objetivo é criar estímulos para que os dólares sejam retidos fora do país. Uma das idéias na mesa, por exemplo, é incentivar a compra de ações de empresas brasileiras em mercado de ações de outros países. No ano passado, o governo permitiu a abertura de contas externas para reter o dinheiro das exportações, mas não deu o resultado esperado.




PROTESTO
Será realizada na quarta, na sede da Fiesp, uma reunião com cerca de 70 entidades empresariais para protestar contra a proposta de emenda constitucional encaminhada pelo governo ao Congresso prorrogando a CPMF por mais quatro anos. O objetivo é fazer uma manifestação que alcance a mesma repercussão da que barrou a MP 232. A manifestação é encabeçada pelas seguintes entidades: OAB, Associação Comercial de São Paulo e Fiesp. A origem do protesto foi a campanha "Xô CPMF!", criada pelo deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC). A Fiesp também criou um grupo de trabalho para elaborar uma proposta ampla de reforma tributária.

LOGÍSTICA
O banco americano Bear Stearns promove, amanhã e quarta, em sua sede, em Nova York, conferência anual sobre logística e transporte. Do Brasil, participam Embraer, ALL, CCR, Santos Brasil, TAM e Gol.

SEM EMOÇÃO
Desembarca no dia 14 uma missão do FMI no Brasil para analisar as contas nacionais. A visita do FMI já foi mais emocionante.

LOTERIA
O Brasil, representado pela Caixa, sediará o encontro internacional da World Lottery Association, de segurança de loterias, até quarta.

EXPANSÃO PORTUGUESA

A Iduna, empresa portuguesa de móveis para escritórios, chegará ao Brasil nesta semana. A empresa, que tem sede em Braga, possui operação em países como França, Inglaterra, Espanha, Holanda, Bélgica e Angola. Na América, sua porta de entrada será o Brasil. Aqui, ela projeta um faturamento de R$ 34 milhões até 2009. Como parte de sua estratégia de internacionalização, a Iduna espera ampliar em 20%, neste ano, o faturamento mundial de 12 milhões, registrado no ano passado. Alberto Carvalho Araújo, CEO mundial da empresa, que desembarcou no Brasil para o evento de lançamento, afirma que "pela dimensão do país, e pelos laços culturais, já estava nos planos da empresa vir ao Brasil".

Companhia de cruzeiro terá mais um navio

A italiana MSC Cruzeiros quer se tornar líder no Brasil. Para isso, terá, neste ano, um navio a mais na América do Sul, que será seu terceiro. No verão, a empresa transportou, no continente, 59 mil hóspedes. Na próxima temporada, a previsão é crescer 80%.
Ela lança, nesta semana, uma campanha sobre as "lendas do mar", segundo Adrian Ursilli, diretor comercial da empresa. O foco é combater a idéia de que em cruzeiro as pessoas enjoam, os navios são iguais e é caro.

com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA


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