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Governo cede a pressões políticas que desvirtuam os objetivos dos programas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O refinanciamento de dívidas tributárias, hoje criticado
pela Receita, nasceu dentro do
próprio órgão. O primeiro Refis
foi criado em 2000 por meio de
medida provisória. Os outros
dois tiveram origem em negociações políticas e pressões do
Congresso Nacional às quais o
governo acabou cedendo.
Originalmente, o Refis não
dava descontos em multas ou
em juros devidos pelos contribuintes em atraso. Mas permitia negociações por tempo ilimitado, dependendo da capacidade de pagamento de cada
contribuinte. Assim, algumas
empresas conseguiram prazos
superiores a cem anos para quitar seus débitos.
Secretário da Receita na época, Everardo Maciel defende o
programa. Segundo ele, não
adianta fixar um número máximo de parcelas sem levar em
conta a capacidade de pagamento dos contribuintes.
O Refis 2 surgiu de acordo
político feito no fim do governo
FHC e chancelado pela equipe
de transição do governo Lula.
Para garantir o apoio da oposição ao aumento de impostos
que renderia R$ 5 bilhões em
2003, o governo concordou em
reabrir o prazo de adesão ao
Refis, medida que foi vetada.
Mas, para desobstruir as votações no Congresso, o governo
foi obrigado a apresentar a proposta de um Refis 2. Começou
dizendo que negociaria apenas
as dívidas de micro e pequenas
empresas e acabou beneficiando todos os devedores, embora
com condições diferenciadas.
O Refis 3 também nasceu no
Congresso na forma de uma
reabertura ao prazo de adesão
do Refis original. Foi vetado pelo presidente e depois repaginado pelo governo para atender à pressão política.
Uma medida provisória permitiu a renegociação em até
130 meses e parcelas corrigidas
com juros subsidiados.
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