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Novo Kindle promete substituir leitura em papel
Amazon lança versão do leitor eletrônico com formato maior e memória para 3.500 livros
Grandes jornais e editoras de livros didáticos dos EUA oferecerão conteúdo no novo sistema; não há data para lançamento no Brasil
Spencer Platt/France Presse
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Jeff Bezos, da Amazon, mostra o novo Kindle
DA REDAÇÃO
Com a promessa de popularizar um novo jeito de ler jornais,
livros didáticos e documentos
pessoais, a Amazon lançou ontem a nova versão do leitor eletrônico Kindle, agora em formato maior.
O Kindle Deluxe tem 9,7 polegadas, duas vezes e meia o tamanho da tela eletrônica das
duas versões anteriores. Também é mais caro: custa US$
489, ou US$ 130 a mais do que o
modelo antecessor. Nos Estados Unidos, o aparelho começa
a ser comercializado nos próximos meses. Não há data para
sua chegada ao Brasil.
Ao apresentar o novo Kindle,
o presidente da Amazon, Jeffrey Bezos, disse que o aparelho
é um passo em direção a uma
"sociedade sem papel".
De acordo com a Amazon,
três jornais -"The New York
Times", "The Boston Globe" e
"The Washington Post"- vão
oferecer o aparelho a preços reduzidos aos assinantes que optarem por planos mais longos.
Os três jornais vão iniciar
testes, a partir do segundo semestre, em regiões nas quais
não há entrega de cópias em papel, disse Arthur Sulzberger Jr.,
presidente do conselho e publisher do "New York Times".
O lançamento do Kindle DX
surge em um momento em que
os jornais enfrentam queda
acentuada de vendas nos EUA e
perdas expressivas de receita
com a publicidade em papel.
Para Sulzberger Jr., a substituição do papel pela leitura eletrônica está mais próxima.
"Sabemos, há mais de uma
década, que um dia um leitor
eletrônico ofereceria produto
tão satisfatório quanto um jornal em papel. Esse sonho continua a se aproximar de sua realização", afirmou.
A Amazon também fechou
acordo com as três maiores editoras de livros didáticos do país
para que deixem seus títulos à
venda para uso no aparelho.
Além disso, cinco universidades, entre as quais a de Princeton e a estadual do Arizona,
concordaram em iniciar testes
de viabilidade para a substituição da carga de livros didáticos
pelo Kindle DX, que pode ser lido em posição vertical ou horizontal. Os alunos poderiam
também diluir o custo do Kindle economizando com livros
didáticos ao longo do tempo.
O Kindle já tinha ferramentas para facilitar a leitura, como
marcadores de textos e busca
por palavras. Mas a nova versão, além da tela maior, tem
memória para 3.500 livros, ante 1.500 da versão anterior.
Até agora já existem no mercado 275 mil títulos de livros
em formato digital. Embora as
editoras tentem encorajar o
consumo do produto, a receita
gerada nesse mercado não deve
se tornar significativa antes de
cinco ou dez anos.
Com dificuldades para convencer seus leitores a pagar pelo conteúdo on-line, agora que
o faturamento com publicidade
digital está em queda, os jornais
buscam explorar outros formatos de leitura eletrônica.
Rupert Murdoch, o proprietário da News Corporation
(Fox e "Wall Street Journal"),
também montou uma equipe
de executivos para estudar a
possibilidade de investir em
um aparelho de leitura eletrônica para seus jornais. Mas ele
desafiou a Amazon: "Não daremos o direito de uso do nosso
conteúdo aos criadores do Kindle", afirmou.
Desde sua estreia, em 2007, o
Kindle já conquistou muitos
usuários, mas os produtos da
Amazon e de seus concorrentes, como o Reader, da Sony
(que sai a partir de US$ 279
com memória para cerca de 160
livros), estão em estágio inicial.
A Amazon não divulga os números de vendas. Mas, no mercado, os livros em formato eletrônico respondem por menos
de 1% das vendas de livros.
Com agências internacionais e o "Financial
Times".
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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