São Paulo, quinta-feira, 07 de maio de 2009

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Novo Kindle promete substituir leitura em papel

Amazon lança versão do leitor eletrônico com formato maior e memória para 3.500 livros

Grandes jornais e editoras de livros didáticos dos EUA oferecerão conteúdo no novo sistema; não há data para lançamento no Brasil


Spencer Platt/France Presse
Jeff Bezos, da Amazon, mostra o novo Kindle

DA REDAÇÃO

Com a promessa de popularizar um novo jeito de ler jornais, livros didáticos e documentos pessoais, a Amazon lançou ontem a nova versão do leitor eletrônico Kindle, agora em formato maior.
O Kindle Deluxe tem 9,7 polegadas, duas vezes e meia o tamanho da tela eletrônica das duas versões anteriores. Também é mais caro: custa US$ 489, ou US$ 130 a mais do que o modelo antecessor. Nos Estados Unidos, o aparelho começa a ser comercializado nos próximos meses. Não há data para sua chegada ao Brasil.
Ao apresentar o novo Kindle, o presidente da Amazon, Jeffrey Bezos, disse que o aparelho é um passo em direção a uma "sociedade sem papel".
De acordo com a Amazon, três jornais -"The New York Times", "The Boston Globe" e "The Washington Post"- vão oferecer o aparelho a preços reduzidos aos assinantes que optarem por planos mais longos.
Os três jornais vão iniciar testes, a partir do segundo semestre, em regiões nas quais não há entrega de cópias em papel, disse Arthur Sulzberger Jr., presidente do conselho e publisher do "New York Times".
O lançamento do Kindle DX surge em um momento em que os jornais enfrentam queda acentuada de vendas nos EUA e perdas expressivas de receita com a publicidade em papel.
Para Sulzberger Jr., a substituição do papel pela leitura eletrônica está mais próxima. "Sabemos, há mais de uma década, que um dia um leitor eletrônico ofereceria produto tão satisfatório quanto um jornal em papel. Esse sonho continua a se aproximar de sua realização", afirmou.
A Amazon também fechou acordo com as três maiores editoras de livros didáticos do país para que deixem seus títulos à venda para uso no aparelho.
Além disso, cinco universidades, entre as quais a de Princeton e a estadual do Arizona, concordaram em iniciar testes de viabilidade para a substituição da carga de livros didáticos pelo Kindle DX, que pode ser lido em posição vertical ou horizontal. Os alunos poderiam também diluir o custo do Kindle economizando com livros didáticos ao longo do tempo.
O Kindle já tinha ferramentas para facilitar a leitura, como marcadores de textos e busca por palavras. Mas a nova versão, além da tela maior, tem memória para 3.500 livros, ante 1.500 da versão anterior.
Até agora já existem no mercado 275 mil títulos de livros em formato digital. Embora as editoras tentem encorajar o consumo do produto, a receita gerada nesse mercado não deve se tornar significativa antes de cinco ou dez anos.
Com dificuldades para convencer seus leitores a pagar pelo conteúdo on-line, agora que o faturamento com publicidade digital está em queda, os jornais buscam explorar outros formatos de leitura eletrônica.
Rupert Murdoch, o proprietário da News Corporation (Fox e "Wall Street Journal"), também montou uma equipe de executivos para estudar a possibilidade de investir em um aparelho de leitura eletrônica para seus jornais. Mas ele desafiou a Amazon: "Não daremos o direito de uso do nosso conteúdo aos criadores do Kindle", afirmou.
Desde sua estreia, em 2007, o Kindle já conquistou muitos usuários, mas os produtos da Amazon e de seus concorrentes, como o Reader, da Sony (que sai a partir de US$ 279 com memória para cerca de 160 livros), estão em estágio inicial.
A Amazon não divulga os números de vendas. Mas, no mercado, os livros em formato eletrônico respondem por menos de 1% das vendas de livros.


Com agências internacionais e o "Financial Times".

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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