São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

BNDES será só o financiador em novo negócio de celulose da JBS

A nova planta de celulose que a família Batista, proprietária da JBS, pretende construir com a MCL Empreendimentos, do empresário Mário Celso Lopes, não terá a participação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na sociedade, segundo pessoas ligadas às negociações.
O papel do banco, diferentemente do que ocorreu na JBS, será o de apenas financiar parte da operação, caso se confirme um empréstimo do BNDES.
Por meio da BNDESPar, seu braço de investimento, que é acionista da JBS, o banco também investiu na maior produtora e exportadora de carne bovina do mundo por meio da subscrição de debêntures.
O banco, de acordo com pessoas a par da negociação, teria, de início, relutado em fortalecer o grupo, também no setor de celulose. Acabou decidindo que, desta vez, se participar, seu papel se limitará ao de financiador.
A nova fábrica, a Eldorado Celulose, ficará no município de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, e terá investimento de R$ 1 bilhão, mais R$ 3 bilhões em dívida.
A expectativa é que a nova planta seja inaugurada em 7 de setembro de 2012, quando passará a produzir 1,5 milhão de toneladas por ano de celulose branqueada de eucalipto.
A fábrica já recebeu do governo de Mato Grosso Sul a primeira licença de instalação.
O novo empreendimento será uma joint venture entre a holding da família Batista, que controla a JBS, e a MCL Empreendimentos, do empresário Mário Celso Lopes.
Lopes já divide com os Batista a empresa Florestal Investimentos Florestais, que atua em plantio de eucaliptos.

Construção civil contrata 148 mil no 1º trimestre

O Nordeste foi a região brasileira que apresentou o maior crescimento percentual no nível de emprego na construção civil em março. O número de trabalhadores com carteira assinada subiu 3,11%, com relação a fevereiro, para 519.824.
No acumulado do primeiro trimestre, o emprego no setor no Brasil cresceu 6%, com a contratação de mais 147.517 trabalhadores formais, segundo estudo do SindusCon-SP e da FGV.
O aquecimento no Nordeste está relacionado ao aumento das edificações, com investimentos em deslocamento industrial, segundo Sergio Watanabe, presidente do SindusCon-SP.
A demanda maior por mão de obra preocupa empresários. A união entre PDG e Agre é exemplo de como as empresas do setor se agigantam e apontam para uma demanda ainda maior por mão de obra, segundo Watanabe.
"O maior receio é a ameaça de inflação setorial. O alto crescimento da contratação também gerou uma necessidade de treinamento e capacitação da mão de obra, que vai ter que ocorrer para atender o grande movimento."
O emprego aumentou em todos os segmentos, em obras e serviços.

MULTIPLICAÇÃO

A fabricante de argamassas Weber Quartzolit, do grupo francês Saint-Gobain, expande a sua atuação pelo país. Após ter iniciado em fevereiro as operações de uma nova fábrica em Manaus, a companhia se prepara para inaugurar no mês que vem dois novos centros de distribuição, um em Porto Velho (RO) e outro em São Luís (MA). "O centro de distribuição é uma maneira mais rápida de atender o mercado. Ele acaba preparando o ambiente para que no futuro a empresa instale uma fábrica", diz Carlos Orlando, diretor-geral da Quartzolit. Outra fábrica da empresa está em construção, em Camaçari (BA), cuja inauguração está marcada para agosto. Os investimentos nas fábricas e nos centros de distribuição são de cerca de R$ 50 milhões, segundo Orlando. "O nosso objetivo é estar cada vez mais próximos do mercado consumidor, distribuindo de uma maneira mais rápida", diz o executivo. O aquecimento do mercado da construção civil pressiona os preços dos insumos, segundo Orlando. "Já começam a surgir sinais de pressão de pequenos e médios fornecedores para que os preços sejam reajustados."

DESEQUILÍBRIO

O ministro Guido Mantega (Fazenda) vai se reencontrar com o ministro das finanças da China, Xie Xuren, em Xangai, no início de junho. Na pauta, o desequilíbrio cambial no longo prazo. Causado pelo yuan? Não, pelo "dólar desvalorizado", segundo fontes no ministério. O presidente Lula ainda não decidiu se irá à Feira Mundial no país. Caso ele não vá, Mantega chefiará a delegação brasileira, antes de seguir para a reunião do G20, na Coreia do Sul.

MÃE TECNOLÓGICA

A preferência dos paulistanos para presentear neste Dia das Mães serão produtos mais caros: computadores e acessórios de informática, segundo sondagem da Fecomercio SP, com 1.117 consumidores. O fato está ligado à melhora no ambiente econômico. Mais de 35% dos consumidores pretendem presentear com itens de informática. A situação é inédita no histórico do levantamento. Em 2009, a preferência recaía sobre vestuário e calçados. A mudança também aconteceu para as mães. Mais de 20% delas preferem ganhar computador ou acessórios de informática. Em seguida, aparecem eletrodomésticos (15,9%).


com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK


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