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Parlamento grego aprova plano de arrocho fiscal
Redução do deficit é condição para UE e FMI liberarem pacote de ajuda ao país
Medidas, que preveem cortes salariais e aumento de impostos, foram recebidas com protestos
e pedradas em Atenas
DA REDAÇÃO
O Parlamento grego aprovou
ontem um plano de redução do
deficit fiscal do país -hoje em
13,6% do PIB, quando o ideal é
que seja inferior a 3%- nos
próximos três anos.
O arrocho foi imposto pela
União Europeia e pelo FMI como uma condição para a liberação do pacote de 110 bilhões
que tentará salvar o país da
bancarrota.
Aprovado por 172 dos 300
deputados, o plano foi recebido
com pedradas e coquetel molotov por dezenas de milhares de
gregos, em campana na frente
do Parlamento. Três pessoas
morreram anteontem em protestos contra o arrocho.
Entre outras medidas, o plano, que busca uma economia
de 30 bilhões em três anos,
abrange cortes salariais e de
aposentadorias, veto a novas
contratações de funcionários
públicos pelos próximos três
anos e aumento de impostos
para alguns produtos (como cigarros). O plano tende a provocar aumento de desemprego e
significativa redução do consumo interno.
O primeiro-ministro grego,
George Papandreou, afirmou
que a ajuda da UE e do FMI é a
"única esperança" para evitar a
quebra do país e que, ante o arrocho, o governo "não tem escolha". Ele disse que o plano foi
apresentado com urgência para evitar um calote porque o
país tem cerca de 8,5 bilhões
em dívidas a vencer no dia 19.
O conselho do FMI deverá
aprovar no domingo sua contribuição de 30 bilhões ao pacote. "Não achamos que uma
moratória esteja em questão,
nesse sentido é possível dizer
que talvez os receios [do mercado] sejam exagerados", disse
uma porta-voz da entidade.
O Fundo também instou Espanha, Irlanda e Portugal a
adotarem "rapidamente" planos de ajuste fiscal. A agência
Moody's alertou ontem para o
risco de contágio da crise grega
por parte de bancos desses países (mais Itália e Reino Unido).
Em carta publicada no "Le
Monde", a chanceler alemã,
Angela Merkel, e o presidente
francês, Nicolas Sarkozy, disseram que a região deverá "reforçar a vigilância fiscal", com
sanções contra os países que
violarem os limites de deficit.
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