São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2010

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Parlamento grego aprova plano de arrocho fiscal

Redução do deficit é condição para UE e FMI liberarem pacote de ajuda ao país

Medidas, que preveem cortes salariais e aumento de impostos, foram recebidas com protestos e pedradas em Atenas

DA REDAÇÃO

O Parlamento grego aprovou ontem um plano de redução do deficit fiscal do país -hoje em 13,6% do PIB, quando o ideal é que seja inferior a 3%- nos próximos três anos.
O arrocho foi imposto pela União Europeia e pelo FMI como uma condição para a liberação do pacote de 110 bilhões que tentará salvar o país da bancarrota.
Aprovado por 172 dos 300 deputados, o plano foi recebido com pedradas e coquetel molotov por dezenas de milhares de gregos, em campana na frente do Parlamento. Três pessoas morreram anteontem em protestos contra o arrocho.
Entre outras medidas, o plano, que busca uma economia de 30 bilhões em três anos, abrange cortes salariais e de aposentadorias, veto a novas contratações de funcionários públicos pelos próximos três anos e aumento de impostos para alguns produtos (como cigarros). O plano tende a provocar aumento de desemprego e significativa redução do consumo interno.
O primeiro-ministro grego, George Papandreou, afirmou que a ajuda da UE e do FMI é a "única esperança" para evitar a quebra do país e que, ante o arrocho, o governo "não tem escolha". Ele disse que o plano foi apresentado com urgência para evitar um calote porque o país tem cerca de 8,5 bilhões em dívidas a vencer no dia 19.
O conselho do FMI deverá aprovar no domingo sua contribuição de 30 bilhões ao pacote. "Não achamos que uma moratória esteja em questão, nesse sentido é possível dizer que talvez os receios [do mercado] sejam exagerados", disse uma porta-voz da entidade.
O Fundo também instou Espanha, Irlanda e Portugal a adotarem "rapidamente" planos de ajuste fiscal. A agência Moody's alertou ontem para o risco de contágio da crise grega por parte de bancos desses países (mais Itália e Reino Unido).
Em carta publicada no "Le Monde", a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disseram que a região deverá "reforçar a vigilância fiscal", com sanções contra os países que violarem os limites de deficit.


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