Timothy A. Clary/France Presse

Operadores no pregão da Bolsa de Valores de NY, cujo principal índice, o Dow Jones, chegou a cair 9% ontem, mas encerrou o dia em queda de 3,2%

EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As incertezas que pairam sobre a Grécia e seus eventuais impactos em importantes países vizinhos devem continuar afetando a Bolsa brasileira ao longo do ano, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
"O Brasil não está blindado. Assim como surfou na onda do mercado durante os bons momentos, agora deve sofrer o impacto", avalia o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Para ele, porém, o movimento "cruel" da Bolsa ontem não deve perdurar nas próximas semanas.
Com as turbulências, o país pode ser afetado pelo lado do câmbio, com a saída de dólares, e pelo comércio exterior -uma vez que o bloco europeu continuará importando menos, acirrando a concorrência no mercado internacional, segundo o o estrategista-sênior do banco WestLB, Roberto Padovani.
"Nesse momento, os agentes financeiros retiram dólares do mercado, realizam lucros e zeram as posições", diz.
Já o professor Alcides Leite, da Trevisan, diz que, ao mesmo tempo em que a cautela dos investidores derruba os preços das ações, novos compradores de ações devem surgir para aproveitar a oportunidade de negócios baratos.


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