São Paulo, sexta-feira, 07 de junho de 2002

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Governo tem de rolar R$ 17,6 bi em junho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Junho é o mês mais pesado para a rolagem de títulos da dívida pública até o final do ano, segundo o cronograma do Tesouro Nacional. Mas o mercado pode forçar uma mudança no perfil dos vencimentos de títulos, complicando o cenário de fim do governo FHC.
Vencem R$ 17,6 bilhões neste mês, segundo uma posição fechada em abril. Com exceção de setembro e outubro, véspera e mês do primeiro turno das eleições, existem outros grandes vencimentos de títulos até dezembro.
Em outubro, vencem apenas R$ 7,2 bilhões, a menor rolagem do ano. Em setembro são R$ 10,2 bilhões. A dívida total do governo no mercado interno, conhecida como mobiliária (em títulos), era de R$ 633,29 bilhões em abril.
O mês de julho, porém, poderá ser um pouco mais nervoso do que o atual porque os vencimentos estão concentrados em títulos com correção cambial. Serão R$ 8,8 bilhões com correção cambial de um total de R$ 16,7 bilhões.
Mas a maior parte dos vencimentos até o final do ano está concentrada em LTNs (Letras do Tesouro Nacional, títulos corrigidos por uma taxa prefixada).
Embora esses papéis também estejam sendo vendidos por taxas mais altas que as normais, a maior barreira que o governo vem enfrentando hoje é em relação às LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, com correção pela taxa básica de juros). Nesse caso, os vencimentos são inferiores a R$ 700 milhões mensais até o fim do ano.
Ao planejar os vencimentos para 2002, o Tesouro Nacional levou em conta o calendário eleitoral porque já contava com alguma volatilidade no mercado a partir de julho. Mas o nervosismo veio mais cedo do que o esperado.
Com o Banco Central atuando para tentar acalmar o mercado, resta ao Tesouro esperar pelo sucesso das operações para que haja uma maior facilidade na rolagem das LTNs.
Caso contrário, o Tesouro terá de resgatar os títulos que estiverem vencendo, usando as reservas formadas pela economia de receita de impostos.



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