São Paulo, sexta-feira, 07 de junho de 2002

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BC reduz venda direta de dólar ao público; cotação sobe a 3,76 pesos

DE BUENOS AIRES

O dólar voltou a subir ontem na Argentina com a decisão do Banco Central de reduzir gradualmente a venda direta da moeda ao público por meio do acordo com bancos e casas de câmbio. Após uma semana de estabilidade, o dólar livre fechou cotado a 3,76 pesos, com alta de 1,4%.
Nos últimos meses, o BC vendeu dólares aos principais bancos e casas de câmbio do país, que, por sua vez, apenas repassavam a moeda ao público com uma comissão de 0,05 peso por dólar. Com isso, a autoridade monetária esperava ter um maior controle sobre o ágio cobrado na venda da moeda norte-americana.
Segundo o jornal "Clarín", no entanto, o BC entende agora que esse mecanismo de intervenção não está sendo suficiente para segurar a cotação do dólar e ainda tem sido o responsável pela rápida redução das reservas.
Na terça-feira, o presidente do BC, Mario Blejer, havia mostrado ao presidente Eduardo Duhalde a preocupação com a queda das reservas, que hoje se encontram em US$ 10,2 bilhões.
Por achar as intervenções tecnicamente inviáveis, Blejer pediu e conseguiu de Duhalde uma autorização por escrito para continuar vendendo dólares se as reservas caírem abaixo de US$ 10 bilhões.
A cotação da moeda também foi pressionada ontem por novas especulações sobre o retorno do câmbio fixo. De acordo com a imprensa local, Duhalde teria questionado Blejer sobre a possibilidade de o governo implementar uma nova paridade, de 3,50 pesos por dólar, após obter o acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
O presidente do BC, no entanto, teria dito que hoje uma paridade só seria possível com um câmbio de quatro pesos por dólar e que, mesmo assim, não seria sustentável a médio prazo. (JS)


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