São Paulo, quarta-feira, 07 de junho de 2006

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Vaivém das commodities

@ - Mauro Zafalon

RECORDE NA CARNE
A febre aftosa parece ter pouco efeito sobre as exportações brasileiras de carne bovina. Mesmo com embargo parcial de vários países, os frigoríficos brasileiros obtiveram receitas de US$ 350 milhões em maio, incluindo as vendas de miúdos. Esse valor supera em 22% os US$ 288 milhões obtidos no mesmo mês de 2005.

EM BUSCA DE PREÇO
Se o crescimento em receita foi de 22%, em volume atingiu apenas 8%, ao passar de 200 mil toneladas equivalente carcaça em maio de 2005 para 216 mil no mês passado. Feliz com os novos números, Pratini de Moraes, da Abiec (associação dos exportadores), disse ontem que "já ganhamos o mundo em volume, mas agora precisamos ganhar em preço".

VOLTA DO CHILE
Sobre os embargos do Chile e da Rússia, Pratini diz que o governo deveria ser mais duro, "como nos meus tempos". Não há motivos para esses embargos à carne brasileira. Na visão do ex-ministro da Agricultura, eles são apenas embargos comerciais contra o produto brasileiro.

ROYALTIES
A Embrapa deverá receber R$ 20 milhões de royalties com as vendas de sementes neste ano. No ano passado foram R$ 16 milhões. As receitas do próximo ano, no entanto, estão bastante incertas devido à crise agrícola no setor, segundo Silvio Crestana, diretor-presidente da Embrapa.

COMBUSTÍVEL
A Embrapa e a Universidade de Brasília estão desenvolvendo um projeto de construção de miniusinas para a fabricação de biodiesel. Apropriadas para consumidores de até 5.000 litros diários de óleo diesel, essas usinas poderão ser abastecidas com soja, amendoim, óleo de palma e até sebo. A demanda por essas miniusinas será grande, acredita Crestana.

SOJA TRANSGÊNICA
O projeto conjunto de desenvolvimento da Embrapa e da Basf, de uma semente transgênica, deve ainda passar por testes de campo e de biossegurança. Crestana não quis dar mais detalhes sobre a nova semente, mas, além da transgenia, ela deve ser resistente à seca.

CRISE CONJUNTURAL
As dificuldades passadas pelo setor de soja são apenas conjunturais, mas a ciência deve ficar atenta às atuais mudanças climáticas, que vieram para ficar, diz Crestana. Além desses desafios, a ciência deve acompanhar ainda as mudanças de fronteira das culturas. Ou seja, produtos tradicionais em algumas regiões deixam de ser produtivos -e são empurrados para outras áreas.


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