DA REPORTAGEM LOCAL

O dia de amanhã será de ajustes, e para melhor, no mercado financeiro, cujo otimismo se deteriorou ao longo da semana por conta de dúvidas em relação aos juros, segundo analistas. A decisão de ontem foi uma das mais debatidas na gestão de Henrique Meirelles à frente do BC.
A maioria apostava em corte de meio ponto, mas achava que a decisão seria mais apertada -por 4 votos a 3. Como mais dois diretores "mudaram de time", alguns operadores acreditam em uma alteração significativa na forma como o BC vê a inflação.
"Uma novidade foi mencionar a expressão "neste momento". Eles querem insinuar que podem voltar a cortar o juro em 0,25 ponto. Você aumenta a volatilidade ao deixar esse tipo de porta aberta. Aguardo com interesse a ata", disse José Francisco Gonçalves, do banco Fator.
A expectativa é que os juros mais longos negociados na BM&F voltem a cair, como havia acontecido até a semana passada. Na BM&F, os juros para julho ficaram ontem em 12,02% ao ano, já assumindo um corte de 0,5 ponto na Selic. O contrato para janeiro de 2009, o mais negociado, previa ontem juros em 10,73% -na terça-feira, ainda estava em 10,62%, e, no dia 1º, em 10,5%. Ou seja, o mercado estava mais confiante na semana passada.
"Acho um pouco arriscado pela atitude conservadora do BC. Como há a probabilidade de revisão para baixo da meta [de inflação], o BC deveria ser mais conservador. É pior cortar 0,5 ponto agora e depois ter que voltar a reduzir só 0,25 ponto", disse Kelly Trentin, da SLW.
"Houve um reconhecimento de que havia condições técnicas para reduzir os juros num ritmo mais veloz já na reunião anterior", disse Alex Agostini, da Austin Ratings.


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