São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Repsol quer manutenção de regra para petróleo

O Rio de Janeiro poderia se transformar em um Houston 2, um dos maiores centros petrolíferos do mundo. Mas, para isso, é preciso ter coragem e não modificar muito o atual marco regulatório do setor.
A afirmação é de Javier Moro Morán, que assumiu em março a presidência da Repsol Brasil.
Segundo ele, o marco regulatório atual do Brasil, baseado no regime de concessões definidas em leilões, funciona muito bem, a exemplo do de Houston, nos Estados Unidos.
"Mas tem de ter coragem para não mexer no atual modelo.
Não quero dizer que o governo não tenha coragem, ao contrário, mas digo que isso [as mudanças] deve ser feito em nível consensual, com todos os envolvidos opinando. Políticas públicas têm de ser consensuais", afirma Morán.
Desde a descoberta do pré- -sal, o governo está discutindo um novo marco regulatório para a exploração de petróleo. O anúncio da proposta já foi adiado algumas vezes. A crise econômica e a queda do preço do petróleo retardaram a conclusão dos estudos. Agora, existe a promessa de que as novas regras serão divulgadas nas próximas semanas. A ideia do governo, como antecipou a Folha, é criar uma estatal para administrar as novas reservas e o provável formato será o de partilha, mais lucrativo para a União, que deve ser adotado como modelo de parceria com a Petrobras e com as empresas privadas.
O que a Repsol espera, no entanto, é uma definição sobre as novas regras para poder traçar seu plano de investimentos.
A Repsol participa com a Petrobras de diversos blocos de exploração de petróleo, inclusive na camada do pré-sal, e pretende fazer investimentos pesados no país, principalmente a partir de 2010.
Em 2009, a empresa está investindo US$ 400 milhões em projetos de exploração de petróleo. O Brasil é uma de suas cinco áreas estratégicas. As outras são Líbia, Argélia, golfo do México e Peru. Para 2010, os investimentos podem superar US$ 3 bilhões.
"O plano de investimentos da Repsol concentrará esforços a partir de 2010, ano em que começam os desembolsos do pré-sal", diz Morán.
O presidente da Repsol não quer cravar uma cifra para os investimentos da companhia a partir de 2010, porque ainda depende das novas regras do petróleo e da divulgação dos planos da Petrobras, o que deve acontecer até agosto.
Apesar de defender a manutenção do atual modelo de concessão, Morán não se mostra, no entanto, muito preocupado com a definição do novo marco regulatório.
"As orientações que o governo do presidente Lula está transmitindo não são de mudanças drásticas", afirma.

FRANGO
A rede de lanchonetes KFC inaugura uma loja em São Paulo no dia 10. A marca, que já operou em SP sem sucesso nas mãos de outro administrador, começa agora em Osasco. Em 2007, a BFFC, dona da marca Bob's, fechou com a Yum! Brands para administrar a KFC no país. Agora, tem nove lojas no Rio e quer iniciar a expansão por franquias neste ano, diz Flávio Maia, diretor da BFFC.

TEMAKI
A rede carioca de comida japonesa Koni Store abriu sua primeira filial em São Paulo. A empresa possui 33 lojas em outras cinco capitais e quer inaugurar mais 3 em São Paulo até agosto. A Koni Store pertence à holding Umbria, dona do Spoleto e da Domino's Pizza.

ALIANÇA
O grupo Ibmec Educacional, que reúne a Veris Faculdades e a Faculdade Ibmec, vai ter a SantaClaraNitro como sua nova agência de publicidade. A verba anual é de R$ 5 milhões. A agência será responsável pelas ações de comunicação corporativa e de relacionamento do grupo.

Setor de cobre projeta retração de 10% na receita deste ano

Sérgio Aredes, novo presidente da Associação Brasileira do Cobre, quer soluções para os principais problemas do setor: a perda de mercado para produtos chineses, os furtos de cobre e a queda na demanda.
Segundo ele, a expectativa é de recuo de 10% no resultado do setor em 2009. Em abril, o nível de atividade estava 20% abaixo do de 2008.
A competição com importados chineses ganhou força no final de 2008, diz Aredes. Segundo ele, ações de proteção já estão em discussão com o governo por intermédio da Fiesp.

PONDERADO
Os técnicos da Fazenda já estão prevendo um número para o PIB do primeiro trimestre mais feio do que se imaginava. A projeção anterior era de queda de 2,4%, mas agora já se admite queda superior a 3%. O IBGE divulga o dado na terça. Apesar do número ruim, a Fazenda deve continuar mantendo a previsão de alta de 1% para este ano. As apostas são de recuperação forte no segundo semestre. É ver para crer.

HISTÓRICO
A FGV acaba de inaugurar a primeira sede do Cpdoc/ FGV (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea da FGV) fora do Rio. O centro abre agora em São Paulo. A ideia é abrir turmas de relações internacionais e jornalismo investigativo. O projeto investirá na expansão de linhas de pesquisa e captação de arquivos locais. Serão desenvolvidos estudos sobre elites empresariais.

EU MEREÇO
O paulistano é controlado com os gastos, mas permite a si mesmo comprar, às vezes, objetos supérfluos que deseja. É o que aponta um estudo da H2R Pesquisas Avançadas feito em abril com 450 paulistanos. "Muitas pessoas tentam se autocompensar pelos seus problemas comprando pequenos presentes para si", diz Denize Paim, da H2R.


Próximo Texto: Governo prepara punição a setor de cartões
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.