São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002

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Ações da mineradora já subiram 44% desde março; estatal petrolífera acumula perda de 4,5% no ano

Vale dispara na turbulência, Petrobras cai

DA REPORTAGEM LOCAL

Quem investiu parte de seu FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) nos fundos de privatização formados com ações da companhia Vale do Rio Doce tem motivos para comemorar.
A crise que assola o mercado local não afetou o desempenho dos papéis da Vale do Rio Doce. Pelo contrário. A disparada do dólar melhorou a perspectiva positiva para os resultados da empresa, beneficiada por ser exportadora.
Desde que foram formados os fundos FGTS com ações da Vale, no fim de março, os ganhos acumulados são de 44,2%. No primeiro semestre do ano, os papéis ordinários -com direito a voto- subiram 49,4%.
Já quem aplicou recursos do FGTS nas ações da Petrobras não tem tido a mesma sorte no ano.
Até o meados de junho, os fundos Petrobras ainda acumulavam lucro no ano. Mas nos últimos dias, os papéis ordinários -com direito a voto, que formam os fundos- da Petrobras não resistiram ao péssimo desempenho da Bolsa paulista.
Com mais uma desvalorização registrada pelas ações da empresa no pregão da última sexta-feira, os fundos Petrobras entraram no vermelho: a desvalorização das ações no ano é de 4,5%.

Prêmio
Ao menos quem teve paciência tem sido recompensado. O trabalhador que decidiu não mexer na aplicação que fez nos fundos FGTS da Petrobras desde que foram formados, em agosto de 2000, está com expressivo ganho acumulado de 45,5%. Por isso, a ordem de especialistas em fundos de investimento é não tocar nas aplicações nesse momento de forte instabilidade que atinge o mercado local.
Na opinião de analistas de mercado, os papéis da Petrobras podem sofrer um pouco mais nos próximos meses antes de voltar a se recuperar. A Petrobras estaria assustando os investidores por ser uma empresa estatal. O medo de seu uso político pelo governo eleito nas próximas eleições tem servido de justificativa para investidores começarem a vender as ações da empresa.
Especialmente os estrangeiros, que têm saído em massa da Bolsa de Valores de São Paulo.
Nem mesmo as denúncias que apontavam cobrança de propina na privatização da Vale do Rio Doce afetaram os papéis da companhia, como temiam alguns investidores.
A Vale do Rio Doce teve o terceiro maior volume exportado no ano, até maio. Com a contínua escalada do dólar, os lucros -e os possíveis ganhos das ações- tendem a crescer. (FV)


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