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Planalto poderá editar nova MP para domésticos
Obrigatoriedade do FGTS deve ser mantida, mas sem pagamento da multa de 40%
Recolhimento foi incluído pelo Congresso na proposta enviada pelo governo com
o objetivo de estimular a contratação com registro
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem acordo entre patrões e
trabalhadores, o governo busca
uma alternativa intermediária
ao veto da medida provisória
que estende o FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço)
aos empregados domésticos.
Uma saída poderá ser a edição de uma nova medida provisória que assegure o recolhimento mensal da contribuição,
mas exclua a exigência da multa rescisória de 40% nas demissões sem justa causa.
"Tem espaço para incorporar
algo que o Congresso decidiu. É
preciso construir o fortalecimento da categoria para que
elas saiam das negociações com
um sentimento de conquista",
afirmou o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, depois de
reunião com representantes de
patrões e empregados. "A multa [de 40%] tem assustado bastante [os patrões]", completou.
Ao votar a medida provisória
que garante a dedução da contribuição previdenciária de empregados domésticos do Imposto de Renda das pessoas físicas, o Congresso modificou o
texto e incluiu esses trabalhadores no regime do FGTS, além
de garantir outros benefícios
para a categoria, como o salário-família. Atualmente, o recolhimento do FGTS é facultativo para os domésticos.
Os ministérios do Trabalho e
da Previdência e a Secretaria
Especial de Políticas para Mulheres avaliam tecnicamente
que a obrigatoriedade do FGTS
para as domésticas pode elevar
a informalidade e provocar demissões. Ainda há o entendimento de que o benefício praticamente anularia os ganhos
dos patrões com a dedução do
IR. Enquanto a dedução anual
seria de R$ 542, o custo do
FGTS fica em R$ 522,67.
Marinho antecipou que dispositivos da MP, como o salário-família, serão vetados por
serem inconstitucionais. No
caso do FGTS, segundo o ministro, não há como vetar em
separado a multa de 40%, deixando o recolhimento mensal
em vigor. O governo, no entanto, pode vetar o conteúdo da
MP e editar outra criando somente o recolhimento.
"Há muitas possibilidades.
Todos os artigos da MP têm impacto financeiro, seja para o governo, seja para os patrões. Vamos analisar as alternativas até
segunda-feira", declarou a ministra Nilcéa Freire (Políticas
para Mulheres). Haverá nova
reunião na segunda-feira.
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