São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2008

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Sarkozy sugere a entrada de países emergentes no grupo

DO ENVIADO A HOKKAIDO

Mal chegou ao Japão para a cúpula do G8, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, duvidou da relevância desse conglomerado formado por Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Rússia.
"Não é razoável continuar reunindo apenas os oito para solucionar os grandes assunto do mundo, esquecendo a China, com 1,3 bilhão de pessoas, e sem convidar a Índia, com 1,1 bilhão de habitantes, ou sem ter nenhum país árabe, africano ou da América Latina."
"O mundo atual é multipolar", diz Sarkozy. Embora não tenha especificado quais países latino-americano deveriam ser incorporados ao clube dos grandes do mundo, é lógico deduzir que Sarkozy está falando do Brasil e do México, ambos membros do G5, que faz a sua própria cúpula em Hokkaido amanhã e, no dia seguinte, se reúne com o G8. Além do Brasil e do México, estão no G5 a África do Sul, a China e a Índia.
A constatação do presidente francês, embora faça sentido, não deverá ser levada adiante na cúpula deste ano. E já era até esperada pelo governo japonês, que se opõe à incorporação do G5 ao G8 para não dar reconhecimento ao novo peso da China, rival regional dos anfitriões.
O argumento que a Folha ouviu no Ministério das Relações Exteriores do Japão é o de que o G8 é acima de tudo um clube de democracias, e a China está longe de ser uma delas. O argumento empalidece ante o fato de que a Rússia tampouco tem um teor elevado de democracia, embora as suas eleições tenham recebido seguidamente o aval de seus pares no G8. (CR)


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