São Paulo, terça-feira, 07 de julho de 2009

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Fundo que paga juros lidera saques

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mês de junho foi marcado por uma aceleração na saída de recursos dos fundos de investimento, enquanto a poupança terminou o período com entrada de capital. As principais aplicações encerraram o mês com resgates, com destaque para as categorias que acompanham a oscilação dos juros. Juntos, os fundos DI e de renda fixa perderam líquidos R$ 4,3 bilhões no mês.
Para os fundos multimercados (que aplicam os recursos em diversos tipos de ativo), a captação líquida (diferença entre aplicações e resgates) ficou negativa em R$ 3,32 bilhões em junho. Os fundos de ações tiveram saques de R$ 766 milhões.
Além da poupança, os números mostram que os fundos de previdência privada têm atraído os investidores. A categoria recebeu líquido R$ 1,35 bilhão no mês, de acordo com a Anbid (associação de bancos de investimento).
O processo de intensificação da redução da taxa básica Selic, verificado nos últimos meses, aqueceu as discussões em torno dos custos elevados dos fundos, devido ao IR e à taxa de administração, e do risco de investidores começarem a migrar com intensidade para a poupança.
"Os bancos estão ficando cada vez mais pressionados para reduzirem as taxas de administração. Mas isso depende muito de como vai se desenvolver esse temido movimento de migração dos fundos para a poupança", afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo.
A taxa de administração está presente em todos os fundos de investimento. Normalmente oscila entre 1% e 3% ao ano, mas há casos em que supera os 5% anuais. Como a Selic -que é definida pelo Banco Central e serve de parâmetro para as taxas do mercado- foi fortemente reduzida neste ano (passou de 13,75% para os atuais 9,25%), o peso da taxa de administração no ganho final do aplicador se elevou. Basta imaginar o que representava uma taxa de administração de 3% ao ano quando a Selic estava acima dos 13% e agora, quando está em 9,25%.
No primeiro semestre, os fundos DI foram os que mais perderam recursos, com captação negativa em R$ 7,49 bilhões.


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