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São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003

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Setores têxtil e da indústria de base programam pedir incentivo

FÁTIMA FERNANDES
LÁSZLÓ VARGA

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois da redução de imposto para incentivar as vendas de carros, outros setores, como o têxtil, o de infra-estrutura e o de indústrias de base se preparam para pedir -ou intensificar pedidos- benefícios fiscais para suas áreas.
O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) entende que o estímulo à venda de carros dado pelo governo é certo, mas é uma medida incompleta. "Os setores que possuem cadeias produtivas que empregam muita gente devem ser estimulados", afirma Júlio Gomes de Almeida, diretor do instituto.
Os empresários do Iedi, afirma ele, querem programas de estímulo para habitação, saneamento e rodovias, principalmente, além de atenção especial para quem produz eletroeletrônicos, tecidos, roupas, sapatos e móveis.
Empresários do setor de infra-estrutura deverão intensificar os pedidos para que o governo coloque em prática suas propostas para a redução da carga tributária.
"Os impostos no Brasil não podem incidir sobre a produção, e sim sobre os produtos que chegam ao consumidor", afirma José Augusto Marques, presidente da Abdib, associação que reúne a indústria de base.
Empresários do setor têxtil vão continuar insistindo com o governo para que apóie a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para o setor, além de projetos para aumentar a produção, por meio de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). "Não vamos parar de pedir ações para ajudar o setor a crescer", diz Paulo Skaf, presidente da Abit, que reúne a indústria têxtil.
Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq, associação que reúne a indústria de brinquedos, diz que, se a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) fosse adotada no setor como ocorreu para os automóveis, o preço do brinquedo para o consumidor cairia cerca de 11%.
O Sinduscon-SP (sindicato paulista da indústria da construção civil) vai entregar ao governo um documento, que já está sendo elaborado, para pedir agilidade na liberação de linhas de crédito para quem quer construir casas. Anteontem, o setor já havia se manifestado sobre receber incentivos.
"Não queremos que a Caixa Econômica Federal empreste dinheiro para qualquer um. Mas precisamos de uma política habitacional no país que facilite o financiamento", afirma Artur Quaresma, presidente do sindicato.

Chora mais, leva mais
"Não podemos ficar na política de quem chora mais leva mais. Vamos ver que resultados a redução traz. Apoiamos porque é um segmento industrial, mas não nos contentamos apenas com isso", disse Horacio Lafer Piva, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
O Sindicom (sindicato das distribuidoras de combustíveis) informa que o setor precisa imediatamente que o governo aumente a fiscalização e coíba a sonegação de tributos e a adulteração da gasolina e do álcool.


Colaborou Maeli Prado, da Reportagem Local


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