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ESTRUTURA
Presidente quer discutir medidas emergenciais
Preocupado com a recessão, Lula convoca reunião com ministros
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva convocou para amanhã a
terceira reunião ministerial para
discutir o plano do governo de investimentos em infra-estrutura
para os próximos anos. O objetivo
do governo é adotar medidas de
emergência contra a recessão.
A convocação foi feita anteontem, no mesmo dia em que foi
aprovada, em primeiro turno pelo Congresso, a reforma da Previdência.
A expectativa é que, na reunião
de amanhã, sejam escolhidas
obras de infra-estrutura consideradas prioritárias para serem iniciadas o quanto antes. O Palácio
do Planalto tem pressa em anunciar medidas que dêem sinais da
volta do investimento no país.
Nesta terceira reunião, o
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) irá apresentar o estudo aprofundado da sua proposta de investimentos em infra-estrutura
para os próximos quatro anos.
Na segunda reunião ministerial
sobre infra-estrutura, dia 17 de julho, o presidente do BNDES, Carlos Lessa, apresentou um plano
com cerca de cem obras, que consumiriam investimentos de R$
400 bilhões até 2007.
Apesar de o documento do
BNDES ter recebido algumas críticas de pessoas de dentro do governo, o presidente Lula pediu a
Carlos Lessa o aprofundamento
do estudo, principalmente para
saber com que recursos o governo
poderia contar para a execução
do plano.
O BNDES leva em conta, em seu
estudo, R$ 100 bilhões de recursos
do próprio orçamento do banco e
mais contribuições de fundos de
pensão e da Petrobras, que podem somar outros R$ 100 bilhões.
Além disso, o BNDES também
aposta na queda de juros.
Pelas contas do banco, cada dois
pontos percentuais de queda na
Selic (taxa básica de juros da economia) representaria 1% do PIB
(Produto Interno Bruto) em investimentos para a economia.
Se, até o final do governo Lula, a
taxa básica de juros (Selic) cair 15
pontos percentuais, o que significa uma redução dos atuais 24,5%
ao ano para 9,5%, isso pode representar uma injeção de R$ 240 bilhões em investimentos para a
economia.
O problema é convencer o FMI
(Fundo Monetário Internacional)
a mudar o sistema de cálculo de
superávit primário. Pelo modelo
atual do FMI, investimento é contabilizado como despesa.
Dessa forma, caso o Brasil renove o acordo com o FMI no final do
ano e seja mantido o atual sistema
de cálculo do superávit primário,
o plano de investimentos do
BNDES pode comprometer as
metas de superávit primário projetadas pelo governo para os próximos anos.
De acordo com o que a Folha
apurou, a ala política do governo
defende um endurecimento do
Brasil nas negociações com o
FMI. O próprio Carlos Lessa já defendeu publicamente que o FMI
reformule o conceito de superávit
primário para não contabilizar
mais investimento como despesa.
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