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São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003

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INTEGRAÇÃO

Documento classifica Brasil como parceiro "difícil" e diz que crise no país fez aumentar tendência de protecionismo

Alca está fora dos trilhos, diz órgão do Congresso dos EUA

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

O Congresso dos Estados Unidos acaba de realizar uma avaliação extremamente negativa sobre as perspectivas da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e afirma que o Brasil continua a ser "um reticente, senão difícil, parceiro comercial".
De acordo com um estudo concluído no dia 29 de julho, que será utilizado para informar os congressistas norte-americanos sobre o andamento da Alca, o Serviço de Pesquisas do Congresso dos EUA afirma que a negociação está "fora dos trilhos" e vê no processo uma tendência ao aumento do protecionismo no Brasil.
"Oito anos se passaram desde a primeira tentativa de começar a criar a Alca, e apenas progressos modestos vêm sendo alcançados desde então", diz o documento do Congresso americano.
"Pressões nacionalistas e de apoio ao protecionismo têm surgido como resultado dos dois últimos anos de recessão, desemprego, queda de investidores e aumento do desemprego", afirma o texto.
O relatório diz ainda que o "protecionismo e os subsídios agrícolas" nos EUA estimulam o nacionalismo na América Latina.
Sobre as perspectivas de negociação entre os dois atuais co-presidentes da Alca, Brasil e EUA, o documento do Congresso americano afirma que os "dois países-chave nas negociações continuam distantes em pontos fundamentais".
O relatório constata que a primeira proposta americana para a Alca colocou o Brasil e o Mercosul em uma posição de desvantagem em relação aos outros países latino-americanos.

Desigualdade
Aos países do Caribe, por exemplo, foi oferecido que 91% de seus produtos tivessem tarifa zero a partir de janeiro de 2005, prazo definido para o início da Alca . Para o Mercosul, o mesmo valeria para apenas 58% dos produtos destinados ao mercado norte-americano.
"Os negociadores americanos acreditavam que essa estratégia levaria o Brasil a ser um negociados mais ativo", diz o documento.
Ainda segundo o estudo elaborado pelo Congresso, são precárias as chances da Alca vir a ser concluída no prazo inicialmente proposto, a partir de 2005.


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