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Mercado aprova, mas
diz que esperava mais
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de alguns acharem as
medidas tímidas, as modificações
na alíquota do Imposto de Renda
sobre investimentos financeiros
foram bem recebidas no mercado. Para o vice-presidente da Animec (Associação Nacional de Investidores do Mercado de Capitais), Gregório Mancebo, o incentivo tributário anunciado para o
mercado de ações é positivo, mas
ainda muito acanhado.
"Os investidores correm mais
riscos investindo em ações na
comparação com os fundos de
renda fixa. Com isso, o mercado
acionário deveria pagar uma alíquota menor que a nova anunciada. A medida não deixa de ser positiva, mas é insuficiente."
A partir de janeiro de 2005, a alíquota do IR no mercado acionário passará dos atuais 20% para
15% sobre o ganho obtido com a
venda de ações. Apesar da redução, ainda está acima da alíquota
(10%) que vigorava em 2001.
Alfredo Setubal, presidente da
Anbid, afirma que, em relação às
ações, o mercado esperava uma
redução maior do Imposto de
Renda -de 20% para 10%-,
mas a queda para 15% demonstra
a boa vontade do governo.
Na opinião do presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, a redução da alíquota do IR
para o mercado de ações deve resultar em aumento da participação das pessoas físicas nos negócios da Bolsa.
Nos fundos de renda fixa, que
terão uma tabela progressiva de
reduções do IR conforme o prazo
em que a aplicação for mantida,
analistas afirmam que, por trás da
medida, pode estar a intenção do
governo de alongar sua dívida.
"O governo preparou o caminho para alongar o perfil de sua
dívida interna, pois os fundos de
investimento aplicam em títulos
do governo. O que a medida fez
foi motivar os investidores a manterem seus recursos aplicados por
períodos maiores", diz Mancebo.
Para aplicações de renda fixa, o
IR terá alíquotas diferentes: de
22,5% para aplicações de até seis
meses, de 20% para 6 a 12 meses e
de 17,5% para 12 a 24 meses. Acima disso, a alíquota será de 15%.
Colaborou a Folha Online
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