São Paulo, sábado, 07 de agosto de 2004

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Mercado aprova, mas diz que esperava mais

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de alguns acharem as medidas tímidas, as modificações na alíquota do Imposto de Renda sobre investimentos financeiros foram bem recebidas no mercado. Para o vice-presidente da Animec (Associação Nacional de Investidores do Mercado de Capitais), Gregório Mancebo, o incentivo tributário anunciado para o mercado de ações é positivo, mas ainda muito acanhado.
"Os investidores correm mais riscos investindo em ações na comparação com os fundos de renda fixa. Com isso, o mercado acionário deveria pagar uma alíquota menor que a nova anunciada. A medida não deixa de ser positiva, mas é insuficiente."
A partir de janeiro de 2005, a alíquota do IR no mercado acionário passará dos atuais 20% para 15% sobre o ganho obtido com a venda de ações. Apesar da redução, ainda está acima da alíquota (10%) que vigorava em 2001.
Alfredo Setubal, presidente da Anbid, afirma que, em relação às ações, o mercado esperava uma redução maior do Imposto de Renda -de 20% para 10%-, mas a queda para 15% demonstra a boa vontade do governo.
Na opinião do presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, a redução da alíquota do IR para o mercado de ações deve resultar em aumento da participação das pessoas físicas nos negócios da Bolsa.
Nos fundos de renda fixa, que terão uma tabela progressiva de reduções do IR conforme o prazo em que a aplicação for mantida, analistas afirmam que, por trás da medida, pode estar a intenção do governo de alongar sua dívida.
"O governo preparou o caminho para alongar o perfil de sua dívida interna, pois os fundos de investimento aplicam em títulos do governo. O que a medida fez foi motivar os investidores a manterem seus recursos aplicados por períodos maiores", diz Mancebo.
Para aplicações de renda fixa, o IR terá alíquotas diferentes: de 22,5% para aplicações de até seis meses, de 20% para 6 a 12 meses e de 17,5% para 12 a 24 meses. Acima disso, a alíquota será de 15%.


Colaborou a Folha Online


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