São Paulo, segunda-feira, 07 de agosto de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros
@- guilherme.barros@uol.com.br

Risco fiscal aumenta com novo decreto

O novo decreto de programação orçamentária e financeira de 2006, publicado dia 31 de julho, aumenta o risco de o governo não cumprir a meta de superávit primário de 4,25% neste ano, segundo relatório elaborado pelo Credit Suisse intitulado "Rigor fiscal aumenta com novo decreto de programação orçamentária".
O decreto reduziu a meta de superávit primário do governo central de 2,50% para 2,45% do PIB e elevou a meta dos Estados e municípios de 0,90% para 0,95% do PIB. Outra medida foi o aumento de R$ 4,8 bilhões das reservas para pagamento de despesas discricionárias neste ano, o que mostra disposição de elevação dos gastos.
Para o Credit Suisse, todas essas decisões aumentam o risco de não cumprimento da meta de superávit primário neste ano. "No mínimo, tornam menos provável que se cumpra a meta com alguma folga", diz o relatório do banco.
Ao analisarem o novo decreto, os economistas do CS consideram otimista a projeção prevista para o crescimento da receita. Pela previsão do banco, o novo decreto projeta um crescimento real de 7,4% para as receitas líquidas do governo central em 2006, praticamente o mesmo ritmo do ano passado.
Para isso, as receitas líquidas precisariam crescer 8,7% no segundo semestre em relação ao mesmo período do ano passado. Os economistas do CS acham, no entanto, que é alto o risco desse crescimento ficar abaixo dos 6% registrados no primeiro semestre deste ano em relação a 2005.
"O principal motivo seria a redução do ritmo de crescimento das transferências de lucros e dividendos das estatais e dos royalties sobre a exploração de petróleo e gás natural", diz o relatório.
De acordo com o CS, as receitas tributárias teriam de crescer fortemente neste segundo semestre. A expansão das receitas com impostos e contribuições teria de ser de 7,5% em termos reais no segundo semestre deste ano.
Para o CS, caso o governo federal aproveite o espaço aberto pelo decreto para aumentar os gastos discricionários e o crescimento das receitas decepcione, a meta de superávit primário estará ameaçada.

NEGÓCIO URBANO
Em seu segundo ano no Brasil, a marca de moda urbana norte-americana Ecko, inspirada no universo do grafite, anuncia um cardápio de novos negócios. Entre as novidades estão a expansão da grife para uma linha infantil, para o público de seis a 16 anos, a Ecko Kids, e uma nova linha esportiva, a Ecko Function. A empresa também abre sua primeira "concept store" no Brasil, em São Paulo, e traz ao país uma segunda marca, a Sean John, desenvolvida pelo rapper americano Puff Daddy (cujo nome de batismo é Sean John Combs), que chegou a ganhar prêmios de associações de design dos EUA pelos produtos. Tudo deve acontecer logo no começo de 2007. "O terceiro ano é o de crescimento", diz Fernando Janeiro, porta-voz da marca no Brasil. A Ecko está presente em mais de 350 pontos-de-venda nas cinco regiões brasileiras. "Nosso objetivo é ser a principal marca do mercado urbano do país, assim como nos EUA", afirma.

CRÉDITO NA GÔNDOLA
A financeira Itaú CBD, joint-venture criada pelo Itaú, sob a marca Taií, e parceira do grupo Pão de Açúcar, completa dois anos. Apesar do aumento da inadimplência, que levou o banco a revisar os planos para a financeira, em 2006, há o lançamento de três novos produtos: empréstimo pessoal no cheque e no cartão e seguro de proteção financeira com sorteios. A Itaú CBD pretende, até o fim do ano, dobrar a carteira de financiamento de empréstimo e aumentar em 25% o número de clientes, hoje na marca dos 4 milhões. Para isso, Fernando Teles, o diretor da Itaú CBD, afirma que estratégia é ocupar mais lojas. "Hoje estamos em 323 unidades de atendimento. Em três anos, pretendemos ter atingido todas as lojas do grupo, que são 555."

TÁ LIMPO 1
A Abipla (associação da indústria de limpeza) e o Sipla (sindicato do setor) elegeram novos dirigentes. O presidente da Abipla é o vice-presidente de assuntos corporativos da Unilever, Luiz Carlos Dutra. A presidência do Sipla fica a cargo de Pedro Martins da Silva, diretor de Assuntos Corporativos da Procter&Gamble.

TÁ LIMPO 2
Os lançamentos e as expectativas do setor de higiene estarão em pauta na 17ª edição da Higiexpo, que será realizada entre 23 e 25 de agosto no ITM Expo, em SP. O setor movimentou US$ 4 bilhões em 2005 e prevê um crescimento de 3% a 5% para este ano em relação a 2005. Ao todo, são 600 mil empregos diretos no país.

CARRO ALUGADO
O mercado de locação de automóveis de São Paulo ganha novo membro. Trata-se da Let's, do grupo Morada (transportador de suco de laranja), que pretende faturar R$ 20 milhões até o fim do ano com diferenciais como carro básico com ar-condicionado e diária de 38 horas. A atuação será localizada em São Paulo, em Campinas e em Ribeirão Preto.

ENTREGA RÁPIDA
Um estudo da Funcex (Fundação Centro de Estudos e Comércio Exterior) sobre a carga tributária que onera importações feitas por courier comparou as alíquotas que incidem sobre encomendas expressas e convencionais. Uma encomenda expressa está sujeita a uma alíquota de 60%, independente de seu conteúdo. Se o produto for trazido por meio convencional, o imposto cai para taxas que variam de 7% a 45%, de acordo com a mercadoria. Segundo Ricardo Brandi, diretor da Abraec (associação de empresas de entregas expressas), a entidade vai negociar com o governo uma redução do imposto.

CABELO REBELDE
A Revlon Brasil anuncia esta semana sua entrada com a marca Rebelde no mercado de produtos para cabelo. Os géis colorem o cabelo de azul, amarelo e roxo.

DE OLHO NA FAMÍLIA
Pesquisa com 1.931 internautas, feita pelo Instituto Qualibest, identifica o perfil de quem contrata seguro de vida (veja quadro ao lado). Prioritariamente, o objetivo de quem faz seguro é a proteção dos familiares.


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