São Paulo, segunda-feira, 07 de agosto de 2006

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País deve subir em ranking de exportadores, calcula governo

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério do Desenvolvimento calcula que o aumento das vendas neste ano levará o país a saltar três posições no ranking mundial dos maiores exportadores. Atualmente o Brasil ocupa a 23ª posição na lista da OMC (Organização Mundial do Comércio). Se as previsões do governo se confirmarem, passará a ser o 20ª, passando a Áustria, a Suíça e a Suécia.
O cálculo é do secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat. Segundo ele, o aumento consistente da média diária das exportações e os crescentes resultados mensais da balança comercial são as evidências de que o Brasil subirá no ranking.
De acordo com Meziat, se o país mantiver a atual média diária de exportação, de cerca de US$ 500 milhões, como vem ocorrendo nos últimos meses, vai chegar ao fim do ano exportando acima de US$ 11,5 bilhões por mês. "Mantido esse ritmo vamos alcançar a meta de exportar US$ 132 bilhões neste ano, o que será suficiente para subirmos no ranking", afirma.
No ano passado a Áustria, a Suécia e Suíça aumentaram suas exportações em 4,2%, 5,4% e 6,2% respectivamente, enquanto as vendas do Brasil subiram 22,6%. As vendas brasileiras cresceram 15% no ano.
Assim como no ano passado, as exportações do país estão crescendo acima do comércio mundial, que aumentou 11% neste ano. Para especialistas do setor, a conjuntura atual de preços e a liquidez na economia mundial justificam o otimismo do secretário. O problema, porém, é de sustentabilidade.
Na avaliação do vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, é razoável apostar na manutenção da média de exportação diária de US$ 500 milhões até o fim do ano, mas ele não apostaria nesse mesmo patamar nos próximos anos, caso o Brasil não diversifique mais sua pauta exportadora, agregando mais valor aos produtos exportados.
"Os preços dos commodities estão muito altos, e as vendas brasileiras também estão sendo ajudadas pelo aumento do preço do petróleo. Neste ano o país estreou como um dos grandes exportadores de petróleo, com o aumento da produção da Petrobras", disse.
As vendas de petróleo e óleos combustíveis aumentaram 120% no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período do ano passado. Além disso, os preços da soja, do açúcar e do minério de ferro estão muito altos, mas isso é conjuntural. Somos refém dos preços das commodities, disse.
Nos últimos seis anos o Brasil saiu de uma posição em que era responsável por 0,8% do comércio mundial para 1,1% no ano passado, segundo a OMC.
Meziat reconhece que o país está sendo ajudado por fatores conjunturais de preços.
Segundo ele, a valorização do real cria problemas para alguns setores exportadores, mas ao mesmo tempo a estabilidade do câmbio ajuda a planejar negócios. "Se o câmbio começar a afetar todos os setores, o governo terá de fazer algo, mas isso não está ocorrendo."


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