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País deve subir em ranking de exportadores, calcula governo
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério do Desenvolvimento calcula que o aumento
das vendas neste ano levará o
país a saltar três posições no
ranking mundial dos maiores
exportadores. Atualmente o
Brasil ocupa a 23ª posição na
lista da OMC (Organização
Mundial do Comércio). Se as
previsões do governo se confirmarem, passará a ser o 20ª,
passando a Áustria, a Suíça e a
Suécia.
O cálculo é do secretário de
Comércio Exterior, Armando
Meziat. Segundo ele, o aumento consistente da média diária
das exportações e os crescentes
resultados mensais da balança
comercial são as evidências de
que o Brasil subirá no ranking.
De acordo com Meziat, se o
país mantiver a atual média
diária de exportação, de cerca
de US$ 500 milhões, como vem
ocorrendo nos últimos meses,
vai chegar ao fim do ano exportando acima de US$ 11,5 bilhões
por mês. "Mantido esse ritmo
vamos alcançar a meta de exportar US$ 132 bilhões neste
ano, o que será suficiente para
subirmos no ranking", afirma.
No ano passado a Áustria, a
Suécia e Suíça aumentaram
suas exportações em 4,2%,
5,4% e 6,2% respectivamente,
enquanto as vendas do Brasil
subiram 22,6%. As vendas brasileiras cresceram 15% no ano.
Assim como no ano passado,
as exportações do país estão
crescendo acima do comércio
mundial, que aumentou 11%
neste ano. Para especialistas do
setor, a conjuntura atual de
preços e a liquidez na economia
mundial justificam o otimismo
do secretário. O problema, porém, é de sustentabilidade.
Na avaliação do vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB),
José Augusto de Castro, é razoável apostar na manutenção
da média de exportação diária
de US$ 500 milhões até o fim
do ano, mas ele não apostaria
nesse mesmo patamar nos próximos anos, caso o Brasil não
diversifique mais sua pauta exportadora, agregando mais valor aos produtos exportados.
"Os preços dos commodities
estão muito altos, e as vendas
brasileiras também estão sendo ajudadas pelo aumento do
preço do petróleo. Neste ano o
país estreou como um dos
grandes exportadores de petróleo, com o aumento da produção da Petrobras", disse.
As vendas de petróleo e óleos
combustíveis aumentaram
120% no primeiro semestre
deste ano na comparação com
igual período do ano passado.
Além disso, os preços da soja,
do açúcar e do minério de ferro
estão muito altos, mas isso é
conjuntural. Somos refém dos
preços das commodities, disse.
Nos últimos seis anos o Brasil
saiu de uma posição em que era
responsável por 0,8% do comércio mundial para 1,1% no
ano passado, segundo a OMC.
Meziat reconhece que o país
está sendo ajudado por fatores
conjunturais de preços.
Segundo ele, a valorização do
real cria problemas para alguns
setores exportadores, mas ao
mesmo tempo a estabilidade do
câmbio ajuda a planejar negócios. "Se o câmbio começar a
afetar todos os setores, o governo terá de fazer algo, mas isso
não está ocorrendo."
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