São Paulo, segunda-feira, 07 de agosto de 2006

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Invest

Bolsa ganha se EUA pararem alta de juros

Para analistas, mesmo se Fed interromper trajetória, pausa deve ser curta por causa das pressões inflacionárias

Japão define na quinta-feira se faz novo aumento de sua taxa básica após elevá-la para 0,25%; na Europa, novo aumento é esperado
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Analistas de instituições financeiras norte-americanas estão muito divididos em relação à decisão que o Fed (Federal Reserve,o banco central dos Estados Unidos) toma amanhã.
Juros futuros nos EUA refletem essa incerteza, ao apontar para uma probabilidade entre 40% e 45% de o comitê de política monetária (Fomc) subir a taxa novamente em 0,25 ponto percentual, para 5,5%.
É a primeira vez, desde que começou o atual ciclo de aperto monetário, há dois anos, que o mercado demonstra tanta dúvida em relação ao futuro da taxa, às vésperas de uma reunião do Fed.
Há algumas semanas, a maior parte dos analistas afirmava esperar mais uma elevação de juros de 0,25 ponto percentual, depois de 17 aumentos consecutivos, antes de uma pausa no processo. Dados recentes fizeram muitos analistas americanos mudar de idéia.
O fraco resultado referente à criação de vagas, divulgado na sexta passada, reduziu a pressão sobre os juros por refletir a desaceleração econômica.
A economia norte-americana cresceu no segundo trimestre 2,5% contra 5,6% registrados no primeiro trimestre (dados anualizados).
O desaquecimento da economia, por sua vez, deve conter a inflação causada pela alta de preços de energia e de salários.
A interrupção da alta de juros, se confirmada, favorece o mercado de ações nos Estados Unidos e países emergentes. Quanto maiores os juros nos EUA, menor tende a ser a liquidez mundial e a atratividade de aplicações em países como o Brasil.
Alguns analistas, divididos quanto à alta ou não de juros, afirmam estimar uma chance por uma margem muito pequena, pouco acima dos 50%, de o Fed parar agora em agosto. Algumas sondagens indicam que cerca de 20 entre 50 analistas dizem esperar alta de 0,25 ponto percentual.

Pausa curta

Se o Fed interromper a alta dos juros, a pausa não deve ser longa, segundo analistas, que esperam mais pressões inflacionárias, inclusive por causa dos preços de energia e de salários, que também crescem.
O Fed deve se mostrar cauteloso se houver mais uma rodada de alta de preços. Se isso ocorrer, a autoridade monetária dos EUA pode voltar a subir juros em setembro.

Europa

Na Europa, analistas dizem esperar mais uma alta de 0,25 ponto percentual nos juros, em outubro. Seria a última elevação do ano, segundo projeções de economistas de instituições financeiras.
O Banco Central Europeu (BCE) subiu a taxa básica de 2,75% para 3%, e demonstra preocupação com o risco de alta da inflação no médio prazo, de acordo com seu relatório mensal, divulgado na quinta-feira.
Além da recuperação econômica, e do aumento do crédito, as pressões inflacionárias viriam sobretudo dos efeitos da alta do petróleo e de salários.
França, Itália e Holanda devem, nesta semana, divulgar estimativas para o PIB no segundo trimestre. A expectativa é de aceleração do crescimento no período, ainda que a taxas inferiores às de outras economias desenvolvidas.

Japão
Na próxima quinta-feira, é a vez do Banco do Japão decidir o rumo de seus juros. É a primeira reunião de política monetária, depois do aumento da taxa básica para 0,25%.


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