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Invest
Bolsa ganha se EUA pararem alta de juros
Para analistas, mesmo se Fed interromper trajetória, pausa deve ser curta por causa das pressões inflacionárias
Japão define na quinta-feira se faz novo aumento de sua taxa básica após elevá-la para 0,25%; na Europa, novo aumento é esperado
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Analistas de instituições financeiras norte-americanas
estão muito divididos em relação à decisão que o Fed (Federal Reserve,o banco central dos
Estados Unidos) toma amanhã.
Juros futuros nos EUA refletem essa incerteza, ao apontar
para uma probabilidade entre
40% e 45% de o comitê de política monetária (Fomc) subir a
taxa novamente em 0,25 ponto
percentual, para 5,5%.
É a primeira vez, desde que
começou o atual ciclo de aperto
monetário, há dois anos, que o
mercado demonstra tanta dúvida em relação ao futuro da taxa, às vésperas de uma reunião
do Fed.
Há algumas semanas, a
maior parte dos analistas afirmava esperar mais uma elevação de juros de 0,25 ponto percentual, depois de 17 aumentos
consecutivos, antes de uma
pausa no processo. Dados recentes fizeram muitos analistas americanos mudar de idéia.
O fraco resultado referente à
criação de vagas, divulgado na
sexta passada, reduziu a pressão sobre os juros por refletir a
desaceleração econômica.
A economia norte-americana cresceu no segundo trimestre 2,5% contra 5,6% registrados no primeiro trimestre (dados anualizados).
O desaquecimento da economia, por sua vez, deve conter a
inflação causada pela alta de
preços de energia e de salários.
A interrupção da alta de juros, se confirmada, favorece o
mercado de ações nos Estados
Unidos e países emergentes.
Quanto maiores os juros nos
EUA, menor tende a ser a liquidez mundial e a atratividade de
aplicações em países como o
Brasil.
Alguns analistas, divididos
quanto à alta ou não de juros,
afirmam estimar uma chance
por uma margem muito pequena, pouco acima dos 50%, de o
Fed parar agora em agosto. Algumas sondagens indicam que
cerca de 20 entre 50 analistas
dizem esperar alta de 0,25 ponto percentual.
Pausa curta
Se o Fed interromper a alta
dos juros, a pausa não deve ser
longa, segundo analistas, que
esperam mais pressões inflacionárias, inclusive por causa
dos preços de energia e de salários, que também crescem.
O Fed deve se mostrar cauteloso se houver mais uma rodada de alta de preços. Se isso
ocorrer, a autoridade monetária dos EUA pode voltar a subir
juros em setembro.
Europa
Na Europa, analistas dizem
esperar mais uma alta de 0,25
ponto percentual nos juros, em
outubro. Seria a última elevação do ano, segundo projeções
de economistas de instituições
financeiras.
O Banco Central Europeu
(BCE) subiu a taxa básica de
2,75% para 3%, e demonstra
preocupação com o risco de alta da inflação no médio prazo,
de acordo com seu relatório
mensal, divulgado na quinta-feira.
Além da recuperação econômica, e do aumento do crédito,
as pressões inflacionárias viriam sobretudo dos efeitos da
alta do petróleo e de salários.
França, Itália e Holanda devem, nesta semana, divulgar estimativas para o PIB no segundo trimestre. A expectativa é de
aceleração do crescimento no
período, ainda que a taxas inferiores às de outras economias
desenvolvidas.
Japão
Na próxima quinta-feira, é a
vez do Banco do Japão decidir o
rumo de seus juros. É a primeira reunião de política monetária, depois do aumento da taxa
básica para 0,25%.
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