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Decisão do Fed sobre juro deve pautar os mercados
Analistas se dividem sobre a reunião do BC dos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro global
estará focado nesta semana na
decisão do Fed (o banco central
dos EUA) sobre os juros norte-americanos.
O Fomc (o comitê de política
monetária do Fed) se reúne
amanhã para definir como fica
a taxa básica de juros dos Estados Unidos. A taxa está em
5,25% ao ano. Parte do mercado espera que os juros sejam
mantidos. Outra parcela conta
com uma elevação de 0,25 ponto percentual.
No cenário local, será importante a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo) de julho pelo IBGE na
sexta-feira. Como esse é o índice utilizado pelo governo para
monitorar sua meta de inflação, é importante que o resultado fique dentro do esperado para que a taxa básica de juros
brasileira, a Selic, tenha chances de seguir em queda como
esperam os analistas.
A última pesquisa semanal
divulgada pelo Banco Central,
feita com cerca de cem instituições financeiras, mostrou que a
expectativa média é a de que a
Selic esteja em 14% no fim de
2006. Hoje a taxa está em
14,75% anuais.
Para o mercado brasileiro, a
decisão em torno dos juros na
maior economia do mundo
também tem o seu peso, por diferentes motivos.
Desde meados de maio,
quando o Fed deu sinais de que
tão cedo não deixaria de elevar
seus juros, o mercado mundial
entrou em um período de considerável turbulência. As Bolsas de Valores caíram nos principais centros financeiros. Os
mercados emergentes viram os
grandes investidores internacionais venderem os seus ativos (como ações e títulos) para
migrarem para papéis do Tesouro dos EUA.
Isso aconteceu porquê os títulos do Tesouro norte-americano pagam juros que acompanham a taxa básica do país. Assim, a previsão de que os juros
subiriam por um bom tempo
nos EUA puniu os mercados.
Oscilações
Na semana passada, com a
proximidade do encontro do
Fomc, os investidores estiveram ainda mais atentos a cada
dado econômico divulgado nos
Estados Unidos.
"Os mercados internacionais
oscilaram na última semana ao
sabor das estatísticas divulgadas sobre a economia norte-americana", segundo a LCA
Consultores. A pressão sentida
até meados da semana passada
acabou refluindo, sobretudo
com a divulgação do relatório
de julho sobre o mercado de
trabalho nos EUA, que apontou
desaceleração no ritmo de criação de empregos e aumento da
taxa de desemprego.
"Com isso, os mercados voltaram a apostar na manutenção dos juros pelo FED", analisa a LCA.
Esse cenário ajudou a Bovespa a fechar a semana passada
com alta de 1,25%.
O que falta para a Bolsa paulista voltar a ganhar fôlego, segundo analistas, é o retorno dos
investidores estrangeiros para
o mercado doméstico.
Depois de o saldo de negócios
externos ficar negativo em R$
654,9 milhões em julho, nos
primeiros dois dias de agosto
esse balanço foi positivo em R$
145 milhões.
"Os últimos dados econômicos divulgados reforçaram o cenário de desaceleração da economia americana, permitindo
o bom desempenho das Bolsas
internacionais no final do mês
passado e começo deste mês",
avalia a Link Corretora.
Entre os últimos dados divulgados, a corretora destaca os
números do mercado de trabalho americano, "que vieram
bem abaixo das expectativas e
têm extrema importância na
decisão do Fed sobre a taxa de
juros dos EUA".
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