São Paulo, segunda-feira, 07 de agosto de 2006

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Decisão do Fed sobre juro deve pautar os mercados

Analistas se dividem sobre a reunião do BC dos EUA

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro global estará focado nesta semana na decisão do Fed (o banco central dos EUA) sobre os juros norte-americanos.
O Fomc (o comitê de política monetária do Fed) se reúne amanhã para definir como fica a taxa básica de juros dos Estados Unidos. A taxa está em 5,25% ao ano. Parte do mercado espera que os juros sejam mantidos. Outra parcela conta com uma elevação de 0,25 ponto percentual.
No cenário local, será importante a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho pelo IBGE na sexta-feira. Como esse é o índice utilizado pelo governo para monitorar sua meta de inflação, é importante que o resultado fique dentro do esperado para que a taxa básica de juros brasileira, a Selic, tenha chances de seguir em queda como esperam os analistas.
A última pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central, feita com cerca de cem instituições financeiras, mostrou que a expectativa média é a de que a Selic esteja em 14% no fim de 2006. Hoje a taxa está em 14,75% anuais.
Para o mercado brasileiro, a decisão em torno dos juros na maior economia do mundo também tem o seu peso, por diferentes motivos.
Desde meados de maio, quando o Fed deu sinais de que tão cedo não deixaria de elevar seus juros, o mercado mundial entrou em um período de considerável turbulência. As Bolsas de Valores caíram nos principais centros financeiros. Os mercados emergentes viram os grandes investidores internacionais venderem os seus ativos (como ações e títulos) para migrarem para papéis do Tesouro dos EUA.
Isso aconteceu porquê os títulos do Tesouro norte-americano pagam juros que acompanham a taxa básica do país. Assim, a previsão de que os juros subiriam por um bom tempo nos EUA puniu os mercados.

Oscilações
Na semana passada, com a proximidade do encontro do Fomc, os investidores estiveram ainda mais atentos a cada dado econômico divulgado nos Estados Unidos.
"Os mercados internacionais oscilaram na última semana ao sabor das estatísticas divulgadas sobre a economia norte-americana", segundo a LCA Consultores. A pressão sentida até meados da semana passada acabou refluindo, sobretudo com a divulgação do relatório de julho sobre o mercado de trabalho nos EUA, que apontou desaceleração no ritmo de criação de empregos e aumento da taxa de desemprego.
"Com isso, os mercados voltaram a apostar na manutenção dos juros pelo FED", analisa a LCA.
Esse cenário ajudou a Bovespa a fechar a semana passada com alta de 1,25%.
O que falta para a Bolsa paulista voltar a ganhar fôlego, segundo analistas, é o retorno dos investidores estrangeiros para o mercado doméstico.
Depois de o saldo de negócios externos ficar negativo em R$ 654,9 milhões em julho, nos primeiros dois dias de agosto esse balanço foi positivo em R$ 145 milhões.
"Os últimos dados econômicos divulgados reforçaram o cenário de desaceleração da economia americana, permitindo o bom desempenho das Bolsas internacionais no final do mês passado e começo deste mês", avalia a Link Corretora.
Entre os últimos dados divulgados, a corretora destaca os números do mercado de trabalho americano, "que vieram bem abaixo das expectativas e têm extrema importância na decisão do Fed sobre a taxa de juros dos EUA".


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