São Paulo, sábado, 07 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AUTOMÓVEIS

Para entidade, preço dos carros sobe por causa do dólar e do aço

Custo justifica reajuste, diz Anfavea

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Ricardo Carvalho, disse ontem que o aumento dos preços dos veículos, anunciado pelas montadoras nesta semana, foi decorrente da elevação nos custos das empresas e da competição entre elas.
"Quando houve a redução no IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados", foram dados descontos. A questão do aumento de preços agora está ligada às oscilações do dólar e também do aço usado na fabricação", justificou.
Segundo Carvalho, as montadoras estão com um nível de ociosidade de 40% e passam por um momento de "tremenda competitividade".
Em agosto as montadoras venderam 2,4% menos carros para as lojas em relação a igual mês de 2001. Em relação a julho, entretanto, as vendas cresceram 14,9%. A associação estima que as vendas da indústria somarão 1,5 milhão de unidades em 2002. A produção deve ficar em 1,8 milhão e as exportações devem chegar neste ano a US$ 4 bilhões, estima o setor.

Migração
Ele disse que o objetivo da redução do IPI em agosto era aumentar as vendas de carros de valor intermediário e que esse objetivo foi alcançado.
"Está havendo uma migração de populares para intermediários. As vendas dos populares caíram de 75% para 64% do total em agosto e a dos carros médios aumentou", afirmou.

Acordo
Carvalho reuniu-se no final da tarde de ontem com o ministro Sergio Amaral (Desenvolvimento). De acordo com o presidente da Anfavea, o motivo do encontro foi os acordos automotivos do Brasil com a China, que começou a ser discutido recentemente, e especialmente com o México e o Chile, que estão emperrados "por questões burocráticas".
O acordo com o México, por exemplo, foi firmado no início de julho e até hoje não saiu do papel. "Falta só uma assinatura, um decreto do executivo que deve sair até o fim de setembro", afirmou Carvalho.
Pelo acordo com o México, que implica estender aos caminhões os benefícios concedidos ao comércio de automóveis, a alíquota cai de 8% para 1,1% no primeiro ano de vigência e depois vai à zero. No caso do Chile, é zero desde o início.


Texto Anterior: Opinião Econômica - Gesner Oliveira: Economia pirata
Próximo Texto: Panorâmica - Simples paulista: Isenção para o ICMS terá limite ampliado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.