São Paulo, sábado, 07 de setembro de 2002

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COMBUSTÍVEIS

Mesmo com as altas do petróleo e do dólar, estatal deverá manter os preços inalterados até as eleições

Petrobras não cogita aumentar gasolina já

DA SUCURSAL DO RIO

Apesar de o preço do petróleo do tipo brent -óleo do mercado europeu usado como referência pela Petrobras- ter subido 10,66% e de a cotação do dólar ter aumentado 9% desde o último reajuste da gasolina (6,75%, em 30 de junho), a Petrobras continua não cogitando aumentar o preço do combustível.
De 1º de julho até ontem, o barril de óleo brent passou de US$ 25,71 para US$ 28,45, e o dólar passou de R$ 2,90 para R$ 3,16.
O preço internacional do petróleo e a cotação do dólar são as duas variáveis básicas para definir se os preços aumentam ou caem no Brasil.
Até o começo de julho, a Petrobras vinha usando os dois parâmetros para formar seus preços em intervalos que chegaram a ser estipulados (para a gasolina e o óleo diesel) em 15 dias, dependendo de quanto o petróleo e o dólar subissem nesse período.
O governo decidiu então intervir no mercado, fazendo, a partir de agosto, um tabelamento formal do preço do gás de botijão na refinaria. Mesmo sem tabelamento formal, os demais combustíveis também pararam de subir.

Avaliação
"A Petrobras mantém sua avaliação contínua das condições do mercado", foi a resposta da direção da empresa sobre o que ela iria fazer em relação a preços diante do novo movimento de alta no mercado internacional, causado, principalmente, pela ameaça de um ataque generalizado dos Estados Unidos ao Iraque.
A frase significa que a empresa vai seguir à espera de sinais de estabilidade nos mercados para definir o que fará. Como o processo eleitoral é considerado um dos fatores de desestabilização da cotação do dólar, o governo, que controla a Petrobras, já deu várias indicações de que não haverá reajustes antes das eleições.
Sobre eventuais problemas de abastecimento causados por um possível ataque americano ao Iraque, a Petrobras avalia que, como o Brasil produz hoje cerca de 83% do petróleo que consome, a vulnerabilidade do país em relação a um choque de oferta de óleo é baixa. Ou seja, o país não teria sérios problemas de abastecimento.


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