São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2008

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Câmbio e demanda em queda pioram expectativa para 2009

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O dólar vai se sustentar em patamar maior, e a demanda doméstica precisará ter controle ainda mais forte por parte do Banco Central, avaliaram especialistas em debate ontem, no Rio. A política de elevação dos juros poderá se sustentar por um prazo maior, segurando a demanda e piorando a perspectiva de crescimento em 2009.
Economista-chefe do Santander, Alexandre Schwartsman disse que a queda dos preços das commodities reduz a capacidade de crescimento da demanda doméstica. Essa necessidade interna crescia acima do PIB e era compensada com as importações. Com o menor faturamento das exportações, a capacidade de importação do país fica mais reduzida, disse.
"O aumento de juros pode se estender para o ano que vem. Mantemos os números, com viés negativo, com mais inflação e menos crescimento", disse, em seminário da Fundação Getulio Vargas. O Santander estima IPCA de 4,5% e crescimento de 3,5% em 2009.
A desvalorização cambial e os demais efeitos da crise farão com que a próxima reunião do Copom seja uma das "mais difíceis desde 2003", afirmou o chefe do departamento de risco de mercados do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Fábio Giambiagi, que evitou comentar como o BC deve proceder.
Para Carlos Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial da FGV, o governo pode poupar "munição monetária" e investir na economia fiscal, elevando o superávit primário.

Menos crescimento
De acordo com a pesquisa semanal Focus, realizada pelo Banco Central, a expectativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas) em 2008 subiu de 5,18% para 5,20%. Para 2009, caiu de 3,55% para 3,50%.
Segundo a pesquisa, as previsões para o dólar subiram de R$ 1,70 para R$ 1,80 no final deste ano; e de R$ 1,77 para R$ 1,82 em dezembro de 2009.


Colaborou a Folha Online, em Brasília

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