São Paulo, quarta-feira, 07 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Produção cresce no maior ritmo em 16 meses em emergentes

Aceleração dos mercados de países em desenvolvimento mostra "guinada histórica", segundo relatório do HSBC

Elevação na cotação das commodities no mercado internacional leva o valor das ações de emergentes ao maior nível em 13 meses


DA BLOOMBERG

A produção das economias em desenvolvimento está crescendo ao ritmo mais acelerado em 16 meses, o que sinaliza que os mercados emergentes vão puxar a recuperação da economia mundial, segundo o Índice Gerentes de Compras elaborado pelo HSBC.
O Índice HSBC de Mercados Emergentes saltou para 55,3 pontos no terceiro trimestre, ante 50,7 pontos nos três meses anteriores. Essa foi a maior expansão trimestral da produção industrial e de serviços das economias emergentes desde o segundo trimestre de 2008.
"O crescimento dos mercados emergentes é um impulso cada vez mais importante para a economia mundial", disse Stephen Green, presidente do conselho administrativo do HSBC, em Istambul. "Estamos vendo uma guinada histórica."
O HSBC projeta que os países emergentes vão crescer 6% em 2010 -puxados sobretudo pela Ásia-, enquanto o mundo desenvolvido crescerá 1,8%.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que as economias avançadas crescerão 1,3% no próximo ano, enquanto os países em desenvolvimento terão expansão de 5,1%. A produção mundial ficará 3,1% maior, segundo estimativa elaborada pelo Fundo.
O Índice Gerentes de Compras do HSBC se baseia em sondagens junto aos gerentes de compras de mais de 5.000 empresas em 13 mercados emergentes, como China e Brasil. O índice será atualizado trimestralmente. A próxima edição está prevista para 7 de janeiro do ano que vem.
O relatório divulgado ontem sugere nova melhora para os últimos três meses deste ano.

Ações em alta
O estudo do HSBC, somado à alta dos preços das commodities no mercado internacional, impulsionou as perspectivas de lucros de empresas de países emergentes. Com isso, ações e bônus dos países em desenvolvimento saltaram para seu maior nível em 13 meses.
O contrato de petróleo bruto para entrega em novembro chegou a subir 2,2%, para US$ 71,95 o barril, em Nova York, e o cobre teve valorização de 2,6%, para US$ 2,797 a libra-peso, uma vez que o enfraquecimento do dólar aqueceu as perspectivas da demanda por commodities.
O Índice MSCI de Mercados Emergentes avançou 20% no trimestre passado, quando sinais da recuperação da economia mundial atraíram os investidores para ativos de maior rendimento.
Os países em desenvolvimento vão puxar um mercado altista ""plurianual" das ações, estimulados pelo crescimento da economia e as baixas taxas de juros, segundo Anthony Bolton, presidente de investimentos da Fidelity International, que gere US$ 141 bilhões.
"Baixo crescimento significa taxas de juros baixas, e realmente este é um dos melhores ambientes para investir na Bolsa", disse Bolton em entrevista à Bloomberg em Hong Kong.
"Isso é muito favorável ao universo dos emergentes, em contraposição ao mundo desenvolvido", concluiu.


Texto Anterior: Acordo entre União Europeia e Mercosul pode ser relançado
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.