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Em outubro, US$ 1,7 bi sai do país
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As remessas de dólares para o
exterior feitas por meio das CC-5
(contas de não-residentes) chegaram a US$ 1,725 bilhão em outubro, com crescimento de 24% em
relação ao resultado de setembro.
No mês das eleições, a fuga de recursos atingiu o nível mais elevado do ano.
Entre janeiro e outubro, US$
8,575 bilhões deixaram o país por
meio das CC-5. O número é quase
o dobro (exatamente 99,4%
maior) do que os US$ 4,301 bilhões enviados para o exterior no
mesmo período de 2001.
As contas CC-5 foram criadas
em 1964 para permitir que estrangeiros com negócios no Brasil enviassem dinheiro para o exterior.
Hoje, esse nome é utilizado para
designar operações de envio de
recursos para fora do país feitas
tanto por estrangeiros como por
brasileiros.
As transações feitas pelo instrumento que hoje é chamado de
CC-5 são aquelas em que uma
pessoa ou uma empresa envia dinheiro para fora do país sem ter
de explicar ao Banco Central o
motivo da remessa.
Em geral, o BC só permite a saída de dólares do país no caso de a
pessoa ou a empresa precisar
honrar algum tipo de compromisso externo, como pagamento
por importações, despesas com
juros, envio de lucros para a matriz instalada em outro país e gastos com viagens internacionais,
entre outros. A única maneira de
enviar recursos para o exterior de
maneira "espontânea" é por meio
das contas CC-5.
BC não vê fuga
O BC diz que o aumento da saída de dólares por meio das CC-5
não quer dizer que esteja havendo
uma fuga de capitais do país. Segundo a instituição, o que acontece é que muitas empresas, para escapar da burocracia, usam essas
contas para honrar compromissos externos.
Olhando-se para o movimento
das CC-5 nos últimos meses, porém, nota-se um aumento nas remessas para o exterior em momentos de maior nervosismo do
mercado.
Em dezembro de 2001 as remessas de dólares triplicaram em relação aos números de novembro
daquele ano e chegaram a US$
1,357 bilhão. Foi em dezembro
que a crise argentina chegou ao
seu auge, quando, pressionado
por manifestações da população,
o governo vizinho foi obrigado a
decretar estado de sítio no país.
Em setembro do ano passado,
quando os atentados terroristas
ocorridos nos Estados Unidos
trouxeram pânico aos mercados
financeiros do planeta, as remessas pelas CC-5 também triplicaram em relação ao valor registrado no mês anterior, chegando a
US$ 893 milhões.
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