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ÁGUIA EM TRANSE
Taxas de empréstimo de bancos devem ser as menores desde 59
BC dos EUA surpreende e derruba juros para 1,25%
DA REDAÇÃO
O Federal Reserve (banco central dos EUA) surpreendeu o
mercado ontem e reduziu os juros
de maneira mais agressiva do que
se esperava. A principal taxa da
instituição caiu para 1,25% ao
ano, a menor em mais de 40 anos,
numa redução de 0,5 ponto percentual. Os analistas apostavam
numa queda mais modesta, de
0,25 ponto percentual.
Em 1961, a taxa chegou a ficar
abaixo de 1,25% por um breve período. Mas, de maneira mais prolongada, os juros não eram tão
baixos desde 1958.
Com a redução, os juros reais
(descontada a inflação) ficaram
"negativos". O índice anualizado
de reajuste de preços utilizado como referência pelo Federal Reserve está em 1,8%.
Dada a deterioração dos indicadores nos últimos três meses, economistas já consideravam que
um corte seria inevitável. A menos utilizada taxa de redesconto
também foi cortada em 0,5 ponto
percentual, para 0,75% ao ano.
Seguindo a redução do Fed, os
bancos também devem reduzir
suas taxas de empréstimos em 0,5
ponto percentual. Assim, os juros
cobrados cairão a 4,25% ao ano
-os menores desde 1959.
Em um comunicado divulgado
logo após a reunião de seu conselho, o Fed afirma que as condições
macroeconômicas para o crescimento continuam favoráveis,
mas a ameaça de uma guerra contra o Iraque estaria inibindo a atividade econômica.
"Mais incertezas, em parte atribuídas a elevados riscos geopolíticos, estão inibindo os investimentos, a produção e a criação de empregos", diz o texto. E destaca: "A
inflação e as expectativas inflacionárias permanecem controladas".
O Fed diz ainda que, ante as metas de crescimento econômico e
controle inflacionário, a política
monetária fica agora "neutra". Ou
seja, não há viés de baixa, o que o
mercado interpretou como um sinal de que Alan Greenspan, o presidente da instituição, pode ter
atingido um limite e não haverá
novos cortes tão cedo.
Surpresa
"Uau, estou muito, muito surpresa", disse Sharon Stark, estrategista da consultoria Leg Mason.
"Penso que decidiram dar o estímulo de uma vez."
É a primeira vez em que o Fed
mexe nos juros neste ano. Em
2001, para combater os efeitos da
recessão econômica e dos atentados de 11 de setembro, a instituição fez 11 cortes, o último deles
em dezembro.
A decisão foi unânime. Todos
os 12 conselheiros do Fomc (Federal Open Market Committee, o
conselho de política monetária do
Fed) votaram a favor do corte.
A redução deve estimular ainda
mais o setor imobiliário, que já é o
mais ativo. O investimento em
ações também se torna mais
atraente. Mas, para alguns analistas, o maior efeito será psicológico, porque os juros já estavam
num patamar muito reduzido.
"Como há excesso de liquidez
na economia e os juros já eram os
menores em 41 anos, o corte agirá
sobretudo no canal psicológico",
disse a economista-chefe do banco Wells Fargo, Sung Won Sohn.
Os últimos indicadores demostram que a economia, depois de
uma retomada no primeiro semestre, enfrenta uma nova desaceleração. A atividade industrial
encolheu nos dois meses passados, o setor de serviços perdeu fôlego e o desemprego cresceu.
Os mercados reagiram bem ao
corte. Assim que a redução foi
anunciada, as Bolsas ampliaram
os ganhos. O índice Dow Jones fechou com alta de 1,07%, e a Nasdaq ganhou 1,27%.
Com agências internacionais
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