São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002

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COMBUSTÍVEIS

Para representantes de distribuidores e revendedores, não há motivo para tabelamento, como cogitou ANP

Postos negam abuso no preço da gasolina

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Representantes de revendedores e de distribuidores de combustíveis consideram que não há prática de preço abusivo e que, por isso, não existe motivo para a ANP (Agência Nacional do Petróleo) controlar preços.
O presidente da Fecombustíveis (federação dos postos de combustíveis), Luiz Gil Siuffo, disse que não há razão para tabelamento, pois o mercado é "altamente competitivo".
Anteontem, o diretor-geral da ANP, Sebastião do Rêgo Barros, disse que a agência planeja voltar a controlar o preço dos produtos -como já ocorrera com o gás de cozinha- se fossem notados preços abusivos.
Para Siuffo, Rêgo Barros fez referência ao mercado de gás de cozinha, e não ao de combustíveis líquidos. Ele disse que o preço da gasolina nas bombas só não cairá o previsto se for aumentado o valor da base de cálculo do ICMS dos Estados, o que pode representar uma alta de R$ 0,06 por litro.
A gasolina subiu 12,09% na refinaria. A Petrobras prevê uma alta ao consumidor de 9%. A Fecombustíveis estima aumento de 8% a 9% por causa do reajuste da estatal e de mais 3% por conta do aumento do álcool, que é misturado em 25% à gasolina.
O diretor do Sindicom (sindicato das distribuidoras de combustíveis) Paulo Borguetti afirmou que não há motivos para o controle de preços. Para ele, o mercado "tem uma competição enlouquecida na ponta [distribuição e revenda]", o que impede um acordo de preços.
Borguetti disse que as distribuidoras não aproveitarão a alta do preço na refinaria para aumentar as margens de lucro.
O Sindicom representa as 12 maiores distribuidoras do país -como BR, Ipiranga e Shell-, que concentram mais de 75% do mercado.
Para Agostinho Simões, diretor do Sindigás (sindicato das distribuidoras de gás), não há abuso por parte das distribuidoras. Ele negou que elas combinem preços ou façam acordos para elevar as margens de lucro de forma coordenada.
O Sindigás afirma esperar o mesmo repasse ao consumidor calculado pela Petrobras: 12%, o que elevaria o preço médio do botijão de 13 quilos dos atuais R$ 23 para R$ 26.


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