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O VÔO DA ÁGUIA
Em discurso otimista, presidente do Fed cita aceleração econômica
Desemprego deve cair, diz Greenspan
DA REDAÇÃO
Cresce a confiança na retomada
norte-americana. O presidente do
Federal Reserve (o banco central
dos EUA), Alan Greenspan, afirmou ontem, em um discurso otimista, que a economia deverá começar a criar empregos.
"As chances cada vez mais favorecem a retomada da criação de
empregos", afirmou Greenspan
em um discurso transmitido via
satélite, que foi apresentado durante um encontro da Securities
Industry Association, na Flórida.
O presidente do Fed voltou a sinalizar que a taxa de juros permanecerá no atual baixo nível por
mais algum tempo. De acordo
com Greenspan, apesar da retomada econômica, não há evidências de pressão inflacionária.
"Nessas circunstâncias, a política monetária pode ser mais paciente", disse Greenspan em seu
mais completo discurso sobre a
economia desde julho.
Na última reunião de seu comitê de política, no dia 28 de outubro, o Fed manteve a taxa de juros
em 1% ao ano. Trata-se do menor
patamar desde 1958.
A análise positiva do presidente
do Fed se somou aos comentários, também otimistas, do presidente norte-americano, George
W. Bush, e do secretário do Tesouro dos EUA, John Snow.
Enfrentando uma queda de popularidade, o governo republicano tenta tirar proveito do bom
momento econômico. Na eleição
presidencial do ano que vem, o
aumento do desemprego deve ser
um dos temas mais sensíveis ao
projeto de Bush de permanecer
mais quatro anos na Casa Branca.
"Presenciamos uma verdadeira
reviravolta neste ano, e a recuperação está claramente se consolidando", disse John Snow, anteontem à noite, em uma cerimônia
no Clube Econômico de Washington.
Merrill contrata
Um exemplo de que a economia
volta a abrir vagas é a Merrill
Lynch, a principal firma de corretagem de investimentos de Wall
Street e um dos maiores bancos
de investimento do planeta. Nos
últimos três anos, a empresa demitiu 20 mil funcionários, mas
ontem ela anunciou que retomará
as contratações.
A empresa, que hoje emprega
13.400 corretores e analistas em
todo o mundo, disse que espera
contratar 650 novos funcionários
até o final do ano que vem.
"A melhora do mercado financeiro e o aumento da demanda
por analistas criaram a oportunidade para que aumentássemos
nosso time em todo o mundo",
afirmou James Gorman, presidente do Global Private Client
Group da Merrill Lynch.
Segundo números divulgados
pelo Departamento do Trabalho,
o número de novos pedidos de seguro-desemprego caiu ao menor
nível em quase três anos. A queda
foi bem mais acentuada do que
esperavam os analistas.
Na semana passada, o número
de pedidos recuou para 348 mil, a
menor quantidade desde janeiro
de 2001, dois meses antes de o país
entrar em recessão. Para economistas, leituras acima de 400 mil
tendem a indicar contração do
mercado de trabalho.
"A forte queda nos pedidos confirma que as firmas recomeçaram
a contratar", disse Jade Zelnik,
economista-chefe da corretora
RBS Greenwich Capital Markets.
Hoje será divulgada a taxa de
desemprego relativa ao mês passado. Em setembro, o indicador
havia ficado em 6,1%.
Produtividade cresce
Ainda de acordo com o Departamento do Trabalho, a produtividade do trabalhador norte-americano cresceu 8,1% no terceiro trimestre do ano, ante um ganho de 7% no trimestre antecedente. O ritmo registrado é o mais
alto desde os primeiros três meses
do ano passado.
Crescimentos na produtividade
são positivos porque ampliam a
competitividade e as margens das
empresas, enquanto mantêm a
inflação sob controle. Por outro
lado, refletem o fato de que as
companhias estão tirando o máximo de seus atuais funcionários,
em vez de contratarem.
Com agências internacionais
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