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São Paulo, sexta-feira, 07 de novembro de 2003

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O VÔO DA ÁGUIA

Em discurso otimista, presidente do Fed cita aceleração econômica

Desemprego deve cair, diz Greenspan

DA REDAÇÃO

Cresce a confiança na retomada norte-americana. O presidente do Federal Reserve (o banco central dos EUA), Alan Greenspan, afirmou ontem, em um discurso otimista, que a economia deverá começar a criar empregos.
"As chances cada vez mais favorecem a retomada da criação de empregos", afirmou Greenspan em um discurso transmitido via satélite, que foi apresentado durante um encontro da Securities Industry Association, na Flórida.
O presidente do Fed voltou a sinalizar que a taxa de juros permanecerá no atual baixo nível por mais algum tempo. De acordo com Greenspan, apesar da retomada econômica, não há evidências de pressão inflacionária.
"Nessas circunstâncias, a política monetária pode ser mais paciente", disse Greenspan em seu mais completo discurso sobre a economia desde julho.
Na última reunião de seu comitê de política, no dia 28 de outubro, o Fed manteve a taxa de juros em 1% ao ano. Trata-se do menor patamar desde 1958.
A análise positiva do presidente do Fed se somou aos comentários, também otimistas, do presidente norte-americano, George W. Bush, e do secretário do Tesouro dos EUA, John Snow.
Enfrentando uma queda de popularidade, o governo republicano tenta tirar proveito do bom momento econômico. Na eleição presidencial do ano que vem, o aumento do desemprego deve ser um dos temas mais sensíveis ao projeto de Bush de permanecer mais quatro anos na Casa Branca.
"Presenciamos uma verdadeira reviravolta neste ano, e a recuperação está claramente se consolidando", disse John Snow, anteontem à noite, em uma cerimônia no Clube Econômico de Washington.

Merrill contrata
Um exemplo de que a economia volta a abrir vagas é a Merrill Lynch, a principal firma de corretagem de investimentos de Wall Street e um dos maiores bancos de investimento do planeta. Nos últimos três anos, a empresa demitiu 20 mil funcionários, mas ontem ela anunciou que retomará as contratações.
A empresa, que hoje emprega 13.400 corretores e analistas em todo o mundo, disse que espera contratar 650 novos funcionários até o final do ano que vem.
"A melhora do mercado financeiro e o aumento da demanda por analistas criaram a oportunidade para que aumentássemos nosso time em todo o mundo", afirmou James Gorman, presidente do Global Private Client Group da Merrill Lynch.
Segundo números divulgados pelo Departamento do Trabalho, o número de novos pedidos de seguro-desemprego caiu ao menor nível em quase três anos. A queda foi bem mais acentuada do que esperavam os analistas.
Na semana passada, o número de pedidos recuou para 348 mil, a menor quantidade desde janeiro de 2001, dois meses antes de o país entrar em recessão. Para economistas, leituras acima de 400 mil tendem a indicar contração do mercado de trabalho.
"A forte queda nos pedidos confirma que as firmas recomeçaram a contratar", disse Jade Zelnik, economista-chefe da corretora RBS Greenwich Capital Markets.
Hoje será divulgada a taxa de desemprego relativa ao mês passado. Em setembro, o indicador havia ficado em 6,1%.

Produtividade cresce
Ainda de acordo com o Departamento do Trabalho, a produtividade do trabalhador norte-americano cresceu 8,1% no terceiro trimestre do ano, ante um ganho de 7% no trimestre antecedente. O ritmo registrado é o mais alto desde os primeiros três meses do ano passado.
Crescimentos na produtividade são positivos porque ampliam a competitividade e as margens das empresas, enquanto mantêm a inflação sob controle. Por outro lado, refletem o fato de que as companhias estão tirando o máximo de seus atuais funcionários, em vez de contratarem.


Com agências internacionais


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