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São Paulo, sexta-feira, 07 de novembro de 2003

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ANO DO DRAGÃO

IPCA de outubro foi de 0,29%; setembro havia registrado 0,78%

Queda em alimentos deixa inflação abaixo do esperado

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Após o repique de setembro, a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial do governo, caiu em outubro: ficou em 0,29%, contra 0,78% do mês anterior.
Divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o resultado do IPCA surpreendeu. Era esperado um recuo menor, de 0,40% a 0,50%.
O motivo para a queda maior do que as previsões foi o comportamento dos alimentos, cujos preços caíram num ritmo mais acentuado. O grupo teve uma alta de 0,46%, abaixo da taxa registrada em setembro (0,78%).
Segundo o IBGE, os alimentos só não registraram deflação por causa das altas do frango (11,37%) e das carnes (2,10%). Sozinho, o frango contribuiu com 0,10 ponto percentual da taxa geral do IPCA.
Com o resultado de outubro, a inflação acumulada no ano ficou em 8,37%. O percentual é muito próximo à meta ajustada do governo para este ano, de 8,5%.
Segundo Eulina Nunes dos Santos, gerente da Coordenação de Índices de Preços do IBGE, o instituto já havia alertado que "a inflação de setembro era pontual e que não se repetiria nos próximos meses". Houve na época, segundo ela, uma acúmulo atípico de reajustes de tarifas naquele mês.
Em outubro, praticamente não ocorreram aumentos de preços administrados pelo governo. Além disso, os combustíveis recuaram por causa do acirramento da concorrência. A gasolina sofreu uma redução de 0,24%. O gás de cozinha, de 0,47%.
"Foram as promoções, uma vez que não houve mudança de preço na refinaria", disse Nunes dos Santos.
Já o álcool cedeu 3,07%, influenciando também a gasolina. É que o combustível tem em sua composição de 20% a 25% de álcool, dependendo da época do ano.
Também contribuiu para a menor inflação de outubro a diminuição dos preços dos veículos novos (0,85%), sob efeito da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros médios.
Em relação ao comportamento das carnes, Nunes dos Santos afirmou que a disparada do frango é reflexo dos aumentos da carne bovina nos últimos meses, ocasionado pela entressafra.
"Quando a carne aumenta, os supermercados passam a comprar mais frango, o que faz o preço do produto subir também", afirmou.
Para Marco Antônio Franklin, da administradora de recursos ARX Capital, "o período de pico da entressafra ficou em setembro" e a tendência é os preços dos alimentos ficarem mais ou menos estáveis nos próximos meses.
Ele afirmou que a queda de preços em outubro foi generalizada. Prova disso é que o núcleo da inflação caiu de 0,59% em setembro para 0,29% em outubro.


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