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ANO DO DRAGÃO
IPCA de outubro foi de 0,29%; setembro havia registrado 0,78%
Queda em alimentos deixa
inflação abaixo do esperado
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Após o repique de setembro, a
inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial do governo,
caiu em outubro: ficou em 0,29%,
contra 0,78% do mês anterior.
Divulgado ontem pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística), o resultado do IPCA
surpreendeu. Era esperado um
recuo menor, de 0,40% a 0,50%.
O motivo para a queda maior
do que as previsões foi o comportamento dos alimentos, cujos preços caíram num ritmo mais acentuado. O grupo teve uma alta de
0,46%, abaixo da taxa registrada
em setembro (0,78%).
Segundo o IBGE, os alimentos
só não registraram deflação por
causa das altas do frango (11,37%)
e das carnes (2,10%). Sozinho, o
frango contribuiu com 0,10 ponto
percentual da taxa geral do IPCA.
Com o resultado de outubro, a
inflação acumulada no ano ficou
em 8,37%. O percentual é muito
próximo à meta ajustada do governo para este ano, de 8,5%.
Segundo Eulina Nunes dos Santos, gerente da Coordenação de
Índices de Preços do IBGE, o instituto já havia alertado que "a inflação de setembro era pontual e
que não se repetiria nos próximos
meses". Houve na época, segundo
ela, uma acúmulo atípico de reajustes de tarifas naquele mês.
Em outubro, praticamente não
ocorreram aumentos de preços
administrados pelo governo.
Além disso, os combustíveis recuaram por causa do acirramento
da concorrência. A gasolina sofreu uma redução de 0,24%. O gás
de cozinha, de 0,47%.
"Foram as promoções, uma vez
que não houve mudança de preço
na refinaria", disse Nunes dos
Santos.
Já o álcool cedeu 3,07%, influenciando também a gasolina. É que
o combustível tem em sua composição de 20% a 25% de álcool,
dependendo da época do ano.
Também contribuiu para a menor inflação de outubro a diminuição dos preços dos veículos
novos (0,85%), sob efeito da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros médios.
Em relação ao comportamento
das carnes, Nunes dos Santos afirmou que a disparada do frango é
reflexo dos aumentos da carne
bovina nos últimos meses, ocasionado pela entressafra.
"Quando a carne aumenta, os
supermercados passam a comprar mais frango, o que faz o preço do produto subir também",
afirmou.
Para Marco Antônio Franklin,
da administradora de recursos
ARX Capital, "o período de pico
da entressafra ficou em setembro" e a tendência é os preços dos
alimentos ficarem mais ou menos
estáveis nos próximos meses.
Ele afirmou que a queda de preços em outubro foi generalizada.
Prova disso é que o núcleo da inflação caiu de 0,59% em setembro
para 0,29% em outubro.
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