UOL


São Paulo, sexta-feira, 07 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FIM DO SUFOCO?

País deve melhorar

Em NY, analista diz que dívida complica Brasil

CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK

O horizonte econômico para o Brasil a curto prazo é promissor com perspectivas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 3,5% para 2004 e inflação em queda.
A médio e longo prazo, porém, o prognóstico de expansão da relação dívida e PIB continua a assustar o mercado internacional.
Um coro de economistas que participaram ontem do seminário "América Latina 2004", em Nova York, endossa essas afirmações. O evento foi organizado pelo Conselho das Américas, centro de estudos que promove debates entre o setor privado e governamental no continente americano.
"O Brasil teve um ano difícil em 2003, mas há a percepção de que a economia brasileira está começando um ciclo que deve levar a uma recuperação rápida. Acredito que isso vai ajudar a consolidar a força dessa administração", afirmou Gray Newman, economista sênior para a América Latina do Morgan Stanley.
O otimismo é, em parte, partilhado por outros economistas presentes no seminário. "O Brasil deve crescer 3,5% em 2004 e a inflação também parece estar sob controle, mas o peso da dívida ainda é alto. A relação dívida/PIB ainda deve continuar na precária próximos anos", disse Thomas Trebat, diretor de análises econômicas e de mercado do Citigroup.
A essa preocupação o economista também acrescentou que o volume de investimentos no Brasil corresponde a 15% do PIB. Na China, essa proporção chega a 60%. Isso, na avaliação de Trebat, é outro entrave para o crescimento sustentável no Brasil.
Para os demais países da América Latina, os prognósticos que mesclam otimismo e desconfiança também predominam. Segundo Walter Molano, do BCP Securities, a região deve fechar 2003 com um crescimento de 1,2% em relação ao ano passado. Em 2002, esses países cresceram 0,2%.
A evolução do preço das commodities neste ano é um dos motivos apontados por Molano para o dinamismo na região. Para o próximo, as projeções do BCP Securities são de expansão de 3%.


Texto Anterior: Tributos: Produção paga o dobro de impostos
Próximo Texto: Salto no escuro: Seguro-apagão pode acabar antes
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.