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FIM DO SUFOCO?
País deve melhorar
Em NY, analista diz que dívida complica Brasil
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
O horizonte econômico para o
Brasil a curto prazo é promissor
com perspectivas de crescimento
do PIB (Produto Interno Bruto)
em torno de 3,5% para 2004 e inflação em queda.
A médio e longo prazo, porém,
o prognóstico de expansão da relação dívida e PIB continua a assustar o mercado internacional.
Um coro de economistas que
participaram ontem do seminário "América Latina 2004", em
Nova York, endossa essas afirmações. O evento foi organizado pelo Conselho das Américas, centro
de estudos que promove debates
entre o setor privado e governamental no continente americano.
"O Brasil teve um ano difícil em
2003, mas há a percepção de que a
economia brasileira está começando um ciclo que deve levar a
uma recuperação rápida. Acredito que isso vai ajudar a consolidar
a força dessa administração", afirmou Gray Newman, economista
sênior para a América Latina do
Morgan Stanley.
O otimismo é, em parte, partilhado por outros economistas
presentes no seminário. "O Brasil
deve crescer 3,5% em 2004 e a inflação também parece estar sob
controle, mas o peso da dívida
ainda é alto. A relação dívida/PIB
ainda deve continuar na precária
próximos anos", disse Thomas
Trebat, diretor de análises econômicas e de mercado do Citigroup.
A essa preocupação o economista também acrescentou que o
volume de investimentos no Brasil corresponde a 15% do PIB. Na
China, essa proporção chega a
60%. Isso, na avaliação de Trebat,
é outro entrave para o crescimento sustentável no Brasil.
Para os demais países da América Latina, os prognósticos que
mesclam otimismo e desconfiança também predominam. Segundo Walter Molano, do BCP Securities, a região deve fechar 2003
com um crescimento de 1,2% em
relação ao ano passado. Em 2002,
esses países cresceram 0,2%.
A evolução do preço das commodities neste ano é um dos motivos apontados por Molano para
o dinamismo na região. Para o
próximo, as projeções do BCP Securities são de expansão de 3%.
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