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SALTO NO ESCURO
Cobrança termina antes de 2006 se houver superávit após reajuste
Seguro-apagão pode acabar antes
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cobrança do seguro anti-racionamento pode terminar antes
do prazo. Inicialmente, os consumidores pagariam o seguro até
meados de 2006. Com o último
reajuste, que poderá gerar uma
receita não prevista, o fim da cobrança poderá ser antecipado.
A informação é de Ivaldo Frota,
presidente da CBEE (Comercializadora Brasileira de Energia
Emergencial), responsável pelo
seguro. O aumento de 28,46%
aplicado em setembro poderá
manter congelado o valor do seguro até o final da cobrança
-que pode ser suspensa se houver superávit, disse ele.
O seguro começou a ser cobrado em março de 2002 e foi criado
para que o racionamento pudesse
terminar. Na ocasião, cada consumidor pagava R$ 0,0049 por kWh
consumido no mês -ou R$ 2,25
em uma conta de R$ 500 (cálculo
sem impostos). Desde então, o valor já subiu 73%: hoje os consumidores pagam R$ 0,0085 por kWh
consumido no mês, ou R$ 4,25
em uma conta de R$ 500. Na conta, o seguro aparece como "encargo de capacidade emergencial".
O dinheiro paga o aluguel de 57
usinas termelétricas, com capacidade para gerar cerca de 2.000
MW em caso de risco de falta de
energia. O valor é arrecadado dos
consumidores pelas distribuidoras e repassado à CBEE, que paga
o aluguel às usinas. Estas recebem
mesmo sem gerar energia.
Haverá congelamento do seguro até o fim da cobrança e possibilidade de antecipação do fim do
encargo caso o valor pago pelos
consumidores supere os pagamentos da CBEE às usinas.
Os contratos das usinas emergenciais terminam até 2005, mas
era prevista a possibilidade de os
consumidores continuarem pagando o seguro até meados de
2006 para que a CBEE devolvesse
ao Tesouro o dinheiro usado para
criar a empresa (R$ 499 milhões).
Novo reajuste
A possibilidade de congelamento do valor do seguro anti-racionamento e da antecipação do fim
de sua cobrança depende da solução de uma pendência entre a
CBEE e a Receita, que deseja tributar o superávit da empresa.
A estatal, porém, entende que o
superávit não é lucro e, portanto,
não pode ser tributado. A empresa já depositou em juízo cerca de
R$ 100 milhões. Frota disse que,
caso a empresa tenha que pagar
imposto sobre o superávit, será
preciso um novo reajuste no valor
do seguro anti-racionamento.
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