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Acusação de propina de tele pode ter investigação
Comissão da Câmara pede que Casa investigue acusação de revista italiana
Segundo "Panorama", parlamentares da Comissão de Ciência e Tecnologia teriam recebido US$ 300 mil da Telecom Italia em 2003
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Comissão de
Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, Júlio Semeghini (PSDB-SP), pediu ao presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que seja investigada a suspeita de suposto pagamento de propina de US$ 300
mil a integrantes da comissão,
pela matriz do grupo Telecom
Italia, em abril de 2003.
O pedido foi endossado pelos
vice-presidentes da comissão,
Paulo Borrnhausen (DEM-SC)
e Bilac Pinto (PR-MG). Eles
querem que a Câmara busque
informações da Justiça italiana
sobre as supostas acusações de
suborno a políticos brasileiros
(não identificados), publicadas
na revista italiana "Panorama".
A informação é atribuída ao
ex-diretor da Telecom Italia
Giuliano Tavaroli, que a teria
relatado ao juiz Giusepe Genari. Segundo a revista, duas outras testemunhas -entre elas,
o diretor administrativo-financeiro da Telecom Italia para a
América Latina, Marco Girardi- a teriam confirmado.
Semeghini disse não acreditar na veracidade da acusação.
Segundo ele, consultores examinaram as propostas que passaram pela comissão em 2002 e
2003 e não localizaram matéria
de interesse das teles.
A "Panorama" diz que, no dia
8 de abril de 2003, o então chefe de segurança da Telecom Italia, Marco Bonera, teria levado
o dinheiro numa mala a Brasília. Os dólares teriam sido
transportados em helicóptero
fretado pela empresa e entregues a políticos no Hotel Blue
Tree. Segundo a revista, o dinheiro seria pagamento para
garantir a aprovação de freqüências para a Telecom Italia.
Semeghini diz que o pagamento com tal propósito seria
descabido, pois a Câmara não
tem poder sobre a aprovação de
freqüências para empresas de
telefonia, alçada da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações). ""A comissão não
tem nem autonomia nem responsabilidade para interferir
na liberação de freqüências. A
Anatel é soberana e também
não liberou freqüências para a
Telecom Italia naquele ano."
Segundo relatório distribuído por Semeghini, dos três projetos de lei aprovados em 2002
sobre telefonia, dois se referiam a publicidade em período
eleitoral, e o terceiro, à cobrança de tarifas de celular. Em
2003, foram aprovados cinco
projetos de lei do setor: um sobre ligações aos telefones 0900;
um sobre telefones públicos a
deficientes; um sobre inclusão
dos números do Procon e da
Anatel nas contas telefônicas; e
dois sobre tarifação de telefone
fixo e sobre acesso a contratos
pelos usuários via internet.
A Telecom Italia, investigada
por suposta rede de propinas
em diversos países, não se manifestou sobre o caso no Brasil.
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