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Bolsa de Nova York tem a maior queda em dois dias desde 1987
DA REDAÇÃO
Com as atenções dos mercados voltando-se novamente para os sinais cada vez mais fortes
de recessão na economia americana, a Bolsa de Nova York teve um dos seus piores dias do
ano e o segundo pregão consecutivo de fortes perdas. A queda nos últimos dois dias é a
maior desde outubro de 1987.
O índice Dow Jones, formado por 30 empresas e o principal da Bolsa nova-iorquina, recuou 4,85% (a sétima maior
queda do ano), depois de cair
5,05% no pregão de anteontem
-a desvalorização acumulada
nos dois dias é de 9,66%.
Já o S&P 500, índice composto por 500 companhias, recuou ainda mais: 5,03%. E a
Nasdaq, de empresas de alta
tecnologia, caiu 4,34%.
As maiores preocupações ontem foram com as vendas das
grandes redes de varejo e com
os dados de emprego. A maior
parte das grandes lojas americanas teve queda nas vendas,
superando as estimativas dos
analistas. As vendas da Gap, por
exemplo, recuaram 16% em outubro ante o mesmo mês de
2007, as da JCPenney, 13%, e as
da Target, 4,8%. De acordo com
o Conselho Internacional de
Shopping Centers, as vendas
nos EUA se contraíram em
0,9% no mês passado, o pior resultado para outubro nos 35
anos do levantamento.
Quem acabou ganhando com
a decisão do consumidor americano de cortar gastos foram
as redes que são conhecidas pelos preços mais baixos, como o
Wal-Mart. A maior rede varejista mundial teve aumento de
2,4% nas suas vendas no mês
passado. Essa procura por alternativas mais baratas também já tinha beneficiado o
McDonald's em setembro.
Esses dados preocupam ainda mais porque mostram que o
consumo, o principal motor da
economia norte-americana, vai
continuar caindo. O gasto dos
consumidores norte-americanos se retraiu no terceiro trimestre em 3,1% na taxa anualizada, a primeira queda desde
1991 e a maior desde 1980.
Outro indicador preocupante foi o de pedidos de auxílio-desemprego. Segundo os dados
divulgados ontem, 3,84 milhões de americanos recorrem
ao benefício, o maior número
em 25 anos. No mesmo período
de 2007, 2,59 milhões de pessoas recebiam o auxílio. Ele
também é um sinalizador dos
dados de desemprego de outubro, que serão divulgados hoje.
A expectativa é que mais 200
mil vagas sejam eliminadas.
As montadoras americanas
-que estiveram reunidas com
a presidente do Congresso dos
EUA, Nancy Pelosi, para negociar um pacote de ajuda ao setor- também tiveram um dia
ruim. As ações de General Motors e Ford (que divulgam seus
balanços hoje) caíram 13,67% e
5,26%, respectivamente.
A Blackstone, a empresa de
"private equity" dona dos hotéis Hilton, perdeu US$ 503
milhões de julho a setembro e
suas ações recuaram 12,21%.
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