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PREÇOS
Alimento, combustível e luz, vilões de 2001, devem perder força em 2002
Inflação cai a 4% neste ano, diz Fipe
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A inflação deste ano deverá recuar para 4% em São Paulo, após
ter atingido 7,13% em 2001. O recuo começa já em janeiro, quando
a taxa deverá ficar próxima de
0,2%, abaixo do 0,38% do mesmo
mês de 2001.
A queda mais forte virá a partir
de fevereiro e março, meses em
que poderá ser registrada uma deflação, diz o economista Heron do
Carmo, coordenador do Índice de
Preços ao Consumidor da Fipe
(Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas).
Em fevereiro, a taxa deverá recuar devido aos reflexos da redução dos preços de gasolina, que se
iniciou neste mês, e ao começo de
liquidações no setor de vestuário.
Já em março, a taxa de inflação
começa a sentir os primeiros efeitos da safra recorde de 100 milhões de toneladas que o Brasil deverá colher, de acordo com o economista da Fipe.
Em abril, a taxa volta a subir,
mas com pouca intensidade. Nas
contas da Fipe, o primeiro quadrimestre deste ano fecha com uma
taxa próxima a 0,25%. Em 2001, a
inflação foi de 1,6% no período.
Segundo a Fipe, os alimentos serão importantes no alívio da taxa
deste ano. Os panificados e os
óleos comestíveis, pressionados
pelo dólar no ano passado, deverão ficar estáveis neste ano.
Já os cereais, os líderes de pressão entre os alimentos em 2001,
poderão até ter queda de preços.
A safra deste ano será maior e, no
caso do arroz, o produto nacional
terá a concorrência do argentino,
devido à desvalorização do peso e
à queda do dólar no Brasil. Em
2001, o arroz ficou 38,5% mais caro para os paulistanos.
A energia elétrica não deverá repetir o aumento de 27,38% de
2001 neste ano. Os aumentos dependerão do dólar e do IGP-M,
que vão subir com intensidade
menor. O mesmo ocorre com a
gasolina. Em 2001, o produto subiu 7%. Para este ano, a Fipe espera redução de 13%.
Os transportes públicos também vão deixar de pressionar neste ano. É um período eleitoral.
Mesmo que haja reajuste, ele deve
ser moderado, diz Heron.
Para a Fipe, energia elétrica, alimentos, gasolina e transportes
públicos deverão derrubar em pelo menos 3 pontos percentuais a
inflação deste ano, em relação aos
7,13% de 2001. Ou seja, a taxa ficará próxima de 4%.
O cenário é favorável à inflação
neste ano. "Ela só sairá do controle se o governo fizer muita besteira", diz o economista da Fipe.
Os 7,13% de inflação em São
Paulo no ano passado ficaram
bem distante das previsões iniciais de 3,5% para o período. Poucos itens foram responsáveis por
esse desvio tão grande entre a previsão inicial e a taxa registrada, diz
Heron do Carmo.
Entre eles, a crise energética, o
agravamento da situação econômica e política da Argentina e a
aceleração das cotações do dólar,
que forçou a alta de alimentos e
dos combustíveis.
Em dezembro, a inflação foi de
0,25%, a menor taxa desde maio
do ano passado. Neste mês, as
maiores pressões virão dos reajustes de preços nas matrículas e
mensalidades escolares, gás e IPVA. Janeiro é um período em que
os hortifrútis também pressionam o índice.
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