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BC reforça reservas com empréstimo de US$ 1,25 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central anunciou ontem que tomou um empréstimo
de US$ 1,25 bilhão por meio de títulos que serão emitidos no mercado internacional. O dinheiro
entra no país na próxima sexta-feira e vai reforçar as reservas em
moeda estrangeira do país, num
ano em que as eleições presidenciais podem afetar o fluxo de capital externo para o Brasil.
Com essa operação, coordenada pelos bancos JP Morgan e Salomon Smith Barney, o Brasil garante dinheiro suficiente para
honrar os US$ 3,28 bilhões em
compromissos externos que vencem neste ano.
Desse total, US$ 2,5 bilhões serão pagos com os recursos recebidos, no final do ano passado, como pagamento de uma dívida
que a Polônia tinha com o Brasil
desde a década de 70.
O restante poderá ser pago com
os recursos que serão obtidos
com a emissão de títulos anunciada ontem.
Juros
Os papéis vencem em 2012 e vão
pagar juros de 12,6% ao ano aos
investidores. O objetivo inicial do
BC era emitir US$ 1 bilhão em títulos. O diretor de Assuntos Internacionais do BC, Daniel Gleizer,
disse que o valor acabou sendo
elevado por causa da forte procura pelos papéis brasileiros. A demanda chegou a US$ 2,1 bilhões,
segundo Gleizer.
O governo brasileiro não lançava títulos em dólares no exterior
desde maio de 2001. Na ocasião,
papéis que vencem em 2005 pagaram juros de 11,25% ao ano aos
investidores.
Reforço
A intenção do Banco Central é
captar até US$ 5 bilhões no mercado internacional neste ano. Os
recursos servem para reforçar as
reservas em moeda estrangeira do
país, de onde saem, por exemplo,
os dólares que o BC usa para intervir no mercado de câmbio.
Hoje, as reservas líquidas (que
excluem os recursos emprestados
pelo Fundo Monetário Internacional) estão em US$ 28,4 bilhões.
Sem os US$ 5 bilhões a serem captados, as reservas cairiam para
US$ 23,4 bilhões até o final do
ano.
No acordo com o FMI, o Brasil
se comprometeu a não deixar as
reservas ficarem abaixo de US$ 20
bilhões. Ou seja: sem as captações,
o BC teria apenas US$ 3,4 bilhões
para intervir no câmbio num ano
de eleições, em que o fluxo de capital estrangeiro pode diminuir e
levar a uma disparada do dólar.
Projeções para 2003
O Banco Central divulgou ontem uma pesquisa com bancos e
consultorias a respeito de suas
projeções para a economia brasileira em 2003.
Segundo o levantamento, a expectativa do mercado é que a balança comercial tenha superávit
de US$ 6 bilhões no ano que vem.
Ainda de acordo com a pesquisa, no fim de 2003 o dólar deve
chegar a R$ 2,70, e a taxa básica de
juros da economia, a Selic, a 14%
ao ano.
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