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DINHEIRO NOVO
Bradesco obtém US$ 250 milhões com melhora do cenário local
Bancos voltam a captar no mercado internacional
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A captação de US$ 250 milhões
em eurobônus concluída ontem
pelo Bradesco deu a largada para
a volta das instituições brasileiras
ao mercado internacional. Com
uma demanda pelos papéis por
parte dos investidores cinco vezes
superior à esperada pelo banco, a
operação foi a primeira captação
no mercado externo feita por uma
instituição financeira no governo
de Luiz Inácio Lula da Silva.
A Folha apurou que assim que o
Bradesco anunciou o encerramento da operação, às 12h30,
Itaú, Unibanco e ABN Amro entraram no chamado "pré-market" - sistema pelo qual as instituições acessam o mercado externo- anunciando abertura de
captação em eurobônus.
O Unibanco confirmou que
pretende captar US$ 75 milhões
com a colocação de títulos a serem resgatados em janeiro de
2004. É a primeira operação com
prazo de um ano lançada por uma
instituição brasileira desde que
secaram as linhas de crédito ao
país no período eleitoral. As taxas
de juros oferecidas vão de 7% a
7,25% ao ano.
O Itaú também iniciou ontem
uma operação oferecendo um lote inicial de eurobônus no valor
de US$ 50 milhões. Os títulos têm
prazo de 11 meses para resgate.
Segundo Paulo Soares, diretor sênior de tesouraria internacional
do Itaú, o banco oferece aos investidores remuneração entre 6,25%
e 6,5% ao ano. "A demanda está
forte e nossa expectativa é que o
volume da operação cresça", diz.
Segundo informações do mercado, o ABN Amro, também abriu
captação de US$ 50 milhões, pelo
prazo de 11 meses e taxa de juro
entre 6,62% e 6,87% ao ano. Procurada, a direção do banco não se
manifestou.
Cenário
Segundo José Guilherme Lembi
de Faria, diretor-executivo do
Bradesco, a captação surpreendeu o próprio banco pelo volume
que atingiu -US$ 250 milhões-
e pelo número de compradores
que atraiu -50 bancos.
Em dezembro, o Bradesco havia
captado US$ 175 milhões em eurobônus e a operação atraiu, então, apenas 28 bancos. O prazo
obtido agora, de nove meses, também é superior aos seis meses da
operação passada. E as taxas de
juro caíram, segundo ele. O Bradesco vai pagar 6,37% ao ano aos
investidores. "Creio que estamos
passando por uma tendência de
melhora contínua do fluxo de recursos para o país. Não é uma situação momentânea", diz Faria.
Mas tanto Faria, do Bradesco,
como Sampaio, do Itaú, lembram
que o "spread" (diferença entre o
juro pago e a taxa Libor, que baliza operações de curto prazo no
mercado externo) ainda é alto. No
caso do Bradesco, ficou em 491
pontos. "Em 2001, a melhor emissão do Bradesco, pelo prazo de
um ano, pagou "spread" de 230
pontos", diz Faria.
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