São Paulo, quarta-feira, 08 de janeiro de 2003

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PREÇOS

Taxa anual é a maior desde 1996; dezembro deu sinais de desaceleração

Inflação atinge 9,9% em SP no ano

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação atingiu 9,9% no ano passado em São Paulo, a maior taxa desde os 10,03% de 1996. Essa taxa superou em muito os 3,5% previstos inicialmente para 2002. A pressão inflacionária, no entanto, já passou e a taxa de 1,83% de dezembro mostra desaceleração em relação aos 2,65% de novembro, conforme dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Neste ano, a taxa de inflação será menor. A Fipe prevê 7%. Essa taxa será provocada, em grande parte, pelos resíduos inflacionários de 2002, segundo Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.
Antes mesmo do início de janeiro, a taxa de inflação já estava prevista em pelo menos 1,13% só por conta dos preços administrados, como gasolina, transportes públicos, gás e mensalidades escolares.
Segundo Heron do Carmo, tivemos "episódios" inflacionários no ano passado, ocorridos principalmente após a aceleração na disputa pela Presidência entre os candidatos Serra e Lula e com as incertezas sobre o novo governo.

Pressão no 2º semestre
Os números da inflação marcam bem esse período, segundo o economista da Fipe. Dos 9,9% de inflação de 2002, 8,47% foram gerados no segundo semestre. Só no último trimestre, a inflação foi de 5,86%. Os alimentos, que lideraram as altas no ano com evolução de 18,46%, tiveram aumentos de 17,6% no segundo semestre.
A inflação daquele período foi impulsionada pela desvalorização cambial. Heron do Carmo diz, ainda, que muitas indústrias aproveitaram a mudança de governo para fazer aumentos preventivos de preços. O cenário de inflação menor e demanda em queda neste ano pode provocar redução nesses preços.

Governo Lula
O economista da Fipe acredita que apesar da pressão inflacionária de janeiro, o ano começa bem. Analisando o governo Lula, ele disse que o início é fundamental e esse início está melhor do que se previa. O governo promete reformas importantes e controle na política monetária.


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