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Diretoria é toda ligada a Maria da Conceição
DA SUCURSAL DO RIO
A economista Maria da Conceição Tavares, 72, afirmou em
entrevista à Folha que o
BNDES vai retomar a sua função original de promover o desenvolvimento do país no governo de Luiz Inácio Lula da
Silva e que as supostas divergências entre o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando
Furlan, e o presidente do banco, Carlos Lessa, não passam de
"fofocas".
Na sua visão, Lessa, que vai
gerir um orçamento de R$ 34
bilhões neste ano, é capaz de
realizar uma grande reestruturação do BNDES. "Ele sabe o
que é o banco. Com o Gros
[Francisco, penúltimo presidente do banco e responsável
por uma grande mudança estrutural no BNDES", que eu
também conheço, o banco ficou corporativo." Lessa foi diretor do BNDES nos anos 80.
Apesar das mudanças que serão imprimidas, a economista
nega que elas representem um
retrocesso. "Não é voltar atrás.
É retomar a noção de desenvolvimento econômico e social."
Num sinal de sua influência
nos novos rumos que a instituição irá tomar, Maria da Conceição disse conhecer todos os
nomes que estão confirmados
para a diretoria. O economista
Luiz Eduardo Melin foi seu assessor parlamentar na Câmara
dos Deputados.
Todos os indicados, com exceção de do engenheiro Roberto Timótheo da Costa, foram
seus alunos. "Mas também eu
conheço todo mundo, primeiro da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e depois da Unicamp (Universidade de Campinas)." Ex-deputada federal pelo PT do Rio, Maria da Conceição é professora
emérita da UFRJ e professora
associada da Unicamp.
Mesmo sem fazer uma referência direta, ela se mostrou
contrária à proposta do ministro Furlan de separar a área de
exportações do BNDES, tida
como prioritária. "Não tem de
dividir nada. Não é um banco
qualquer. É um banco com
muitos compromissos." O
banco é subordinado ao Ministério do Desenvolvimento.
A economista elogiou o ministro do Desenvolvimento: "O
Furlan é ótimo. É um empresário de sucesso." Para ela, a única coisa é que existe é "uma diferença de estilos".
(PEDRO SOARES)
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