São Paulo, quarta-feira, 08 de janeiro de 2003

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Diretoria é toda ligada a Maria da Conceição

DA SUCURSAL DO RIO

A economista Maria da Conceição Tavares, 72, afirmou em entrevista à Folha que o BNDES vai retomar a sua função original de promover o desenvolvimento do país no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e que as supostas divergências entre o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e o presidente do banco, Carlos Lessa, não passam de "fofocas".
Na sua visão, Lessa, que vai gerir um orçamento de R$ 34 bilhões neste ano, é capaz de realizar uma grande reestruturação do BNDES. "Ele sabe o que é o banco. Com o Gros [Francisco, penúltimo presidente do banco e responsável por uma grande mudança estrutural no BNDES", que eu também conheço, o banco ficou corporativo." Lessa foi diretor do BNDES nos anos 80.
Apesar das mudanças que serão imprimidas, a economista nega que elas representem um retrocesso. "Não é voltar atrás. É retomar a noção de desenvolvimento econômico e social."
Num sinal de sua influência nos novos rumos que a instituição irá tomar, Maria da Conceição disse conhecer todos os nomes que estão confirmados para a diretoria. O economista Luiz Eduardo Melin foi seu assessor parlamentar na Câmara dos Deputados.
Todos os indicados, com exceção de do engenheiro Roberto Timótheo da Costa, foram seus alunos. "Mas também eu conheço todo mundo, primeiro da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e depois da Unicamp (Universidade de Campinas)." Ex-deputada federal pelo PT do Rio, Maria da Conceição é professora emérita da UFRJ e professora associada da Unicamp.
Mesmo sem fazer uma referência direta, ela se mostrou contrária à proposta do ministro Furlan de separar a área de exportações do BNDES, tida como prioritária. "Não tem de dividir nada. Não é um banco qualquer. É um banco com muitos compromissos." O banco é subordinado ao Ministério do Desenvolvimento.
A economista elogiou o ministro do Desenvolvimento: "O Furlan é ótimo. É um empresário de sucesso." Para ela, a única coisa é que existe é "uma diferença de estilos".
(PEDRO SOARES)


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