São Paulo, quarta-feira, 08 de janeiro de 2003

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TRANSIÇÃO

Novos diretores são da escola que prega o crescimento econômico e a substituição competitiva de importações

BNDES deve reassumir "desenvolvimentismo"

ANTÔNIO GOIS
PEDRO SOARES

DA SUCURSAL DO RIO

Na gestão de Carlos Lessa, novo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o banco vai mudar de foco: abandonará a postura de mercado financeiro e voltará a ter um caráter mais desenvolvimentista. É o que indica a divulgação ontem dos novos nomes para a diretoria da instituição.
Os novos diretores trabalharam no BNDES na década de 80 com o novo presidente do banco ou foram indicados por economistas do PT, principalmente pela ex-deputada do partido Maria da Conceição Tavares.
Todos são da escola que prega o crescimento econômico e a substituição competitiva de importações para ter uma indústria forte e reduzir déficits externos, mesmo que isso implique maior risco.
Na administração anterior, o objetivo era analisar projetos que fossem viáveis, reduzir o risco de prejuízo do banco e fomentar o mercado de capitais. Apesar dos projetos de fomento, a administração era mais parecida com a de um banco corporativo.
Para a vice-presidência já está definido o nome de Darc Antônio da Luz Costa, que foi superintendente de relações institucionais do banco no fim da década de 80.
Os demais diretores foram anunciados ainda sem a definição do cargo. São eles: Luiz Eduardo Melin, Roberto Timótheo da Costa, Maurício Borges Lemos, Fábio Erber e Márcio Henrique Monteiro de Castro.
O nome do economista Paul Singer, que foi indicado por Lula, não apareceu na lista de diretores. Singer teria recusado o convite. Ontem, a Folha entrou em contato com o economista, mas ele não quis comentar o assunto.
Na gestão Lessa, as decisões do banco devem ser tomadas de forma colegiada.
Timótheo da Costa disse que tem apoio dos funcionários do banco pois administra o fundo de pensão da instituição. Sua experiência é na área financeira e de administração. Pode ficar na área de análise de grandes projetos.
Castro é funcionário de carreira do BNDES e gerente da área social do banco. Ele trabalhou com Lessa quando o futuro presidente foi diretor da sua área.
Lemos é economista e foi secretário de planejamento do governo Patrus Ananias (PT) em Belo Horizonte. Ele participou da equipe de transição do governo Lula.
Melin é economista formado pela UFRJ. Já trabalhou na área jurídica do BC e foi assessor parlamentar de Maria da Conceição.
Erber é economista e professor da UFRJ. Por ser um especialista em indústria e ter boas relações com o setor privado, pode ficar com a área de infra-estrutura ou de projetos para a indústria.


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