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TRANSIÇÃO
Novos diretores são da escola que prega o crescimento econômico e a substituição competitiva de importações
BNDES deve reassumir "desenvolvimentismo"
ANTÔNIO GOIS
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Na gestão de Carlos Lessa, novo
presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o banco vai mudar de foco: abandonará a postura
de mercado financeiro e voltará a
ter um caráter mais desenvolvimentista. É o que indica a divulgação ontem dos novos nomes para
a diretoria da instituição.
Os novos diretores trabalharam
no BNDES na década de 80 com o
novo presidente do banco ou foram indicados por economistas
do PT, principalmente pela ex-deputada do partido Maria da Conceição Tavares.
Todos são da escola que prega o
crescimento econômico e a substituição competitiva de importações para ter uma indústria forte e
reduzir déficits externos, mesmo
que isso implique maior risco.
Na administração anterior, o
objetivo era analisar projetos que
fossem viáveis, reduzir o risco de
prejuízo do banco e fomentar o
mercado de capitais. Apesar dos
projetos de fomento, a administração era mais parecida com a de
um banco corporativo.
Para a vice-presidência já está
definido o nome de Darc Antônio
da Luz Costa, que foi superintendente de relações institucionais
do banco no fim da década de 80.
Os demais diretores foram
anunciados ainda sem a definição
do cargo. São eles: Luiz Eduardo
Melin, Roberto Timótheo da Costa, Maurício Borges Lemos, Fábio
Erber e Márcio Henrique Monteiro de Castro.
O nome do economista Paul
Singer, que foi indicado por Lula,
não apareceu na lista de diretores.
Singer teria recusado o convite.
Ontem, a Folha entrou em contato com o economista, mas ele não
quis comentar o assunto.
Na gestão Lessa, as decisões do
banco devem ser tomadas de forma colegiada.
Timótheo da Costa disse que
tem apoio dos funcionários do
banco pois administra o fundo de
pensão da instituição. Sua experiência é na área financeira e de
administração. Pode ficar na área
de análise de grandes projetos.
Castro é funcionário de carreira
do BNDES e gerente da área social
do banco. Ele trabalhou com Lessa quando o futuro presidente foi
diretor da sua área.
Lemos é economista e foi secretário de planejamento do governo
Patrus Ananias (PT) em Belo Horizonte. Ele participou da equipe
de transição do governo Lula.
Melin é economista formado
pela UFRJ. Já trabalhou na área
jurídica do BC e foi assessor parlamentar de Maria da Conceição.
Erber é economista e professor
da UFRJ. Por ser um especialista
em indústria e ter boas relações
com o setor privado, pode ficar
com a área de infra-estrutura ou
de projetos para a indústria.
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