DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) disse ontem que o aquecimento da chamada economia real -geração de emprego e aumento da renda- ocorrerá por meio do aumento do crédito. "A retomada do crescimento vai se dar via facilitação de crédito", afirmou Palocci.
Para ele, a concessão de crédito -e o consequente estímulo ao consumo- é uma "maneira clássica" de promover o crescimento econômico.
A concessão de crédito, afirmou, "faz com que os bens duráveis, os semiduráveis e os não-duráveis tenham em sequência um aumento efetivo de consumo". E completou: "Isso faz com que a produção industrial se eleve, o que melhora as condições salariais e de renda".

Vendas
Palocci afirmou que essa política já começou a render frutos positivos. Prova disso, afirmou, foi o aumento de vendas a crédito no final do ano passado.
O ministro citou os setores automotivo e eletrodomésticos como exemplos de sucesso da política econômica. "As vendas [de automóveis] de dezembro foram 37,9% superiores as de dezembro de 2002. É um aumento significativo."
Palocci disse ainda que "todos os setores de bens de consumo duráveis e semiduráveis já apresentam recuperação bastante significativa". Mas admitiu que a recuperação da renda ainda é lenta.
O ministro disse ainda que o governo pretende incentivar a geração de emprego por meio do aquecimento dos setores de saneamento e construção civil. Esse último será alvo de várias medidas específicas.
"Habitação exige uma série de medidas para criar para a população de baixa renda projetos que dêem condições efetivas para que as pessoas construam suas próprias casas ou para que participem de planos habitacionais racionais em relação ao seu poder aquisitivo."
O ministro ressaltou que "muitos países do mundo tiveram recuperação econômica a partir do mercado de financiamento na área de construção civil".

Micro e pequenas empresas
Palocci falou em uma nova legislação para as micro e pequenas empresas. Segundo ele, serão medidas para facilitar a formalização de pequenos negócios por meio de mudanças tributárias.
Palocci disse que vai analisar "com carinho" a proposta do ministro do Trabalho, Jaques Wagner, anunciada na reunião, de permitir a dedução dos gastos com empregadas domésticas do Imposto de Renda.
(GABRIELA ATHIAS, WILSON SILVEIRA E SÍLVIA MUGNATTO)


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