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Schymura diz que Lula pediu sua saída em dezembro
HUMBERTO MEDINA
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva pediu para que Luiz Guilherme Schymura deixasse a presidência da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) no dia
23 de dezembro. Segundo
Schymura, desde então seu cargo
estava à disposição. "Houve um
pedido do presidente da República, que não se sentia confortável
em me ter na presidência [da
agência], gostaria de ter na presidência uma outra pessoa. Ele me
pediu o cargo e eu achei por bem
sair", disse.
"Ele [Lula] me deu o prazo que
eu quisesse, perguntou qual seria
o momento mais adequado para
minha saída, e eu só pedi que, já
que a decisão havia sido tomada,
que tudo fosse feito o mais rapidamente possível", afirmou
Schymura. Segundo ele, o assunto
foi novamente abordado na segunda-feira, em reunião com o
presidente e o ministro Miro Teixeira (Comunicações) no Palácio
do Planalto.
Schymura negou que tivesse lutado para permanecer no cargo
ou apelado para que o ministro
Antonio Palocci Filho (Fazenda)
intercedesse a seu favor. "O presidente me chamou, eu tive reuniões com ele, e ele me pediu o
cargo. E eu, de pronto, me botei à
vontade para deixar o cargo. Ele
pediu que continuasse no conselho da agência. Eu disse que não
seria possível", disse Schymura,
que ontem pediu demissão do
cargo de diretor da Anatel.
O ex-presidente da agência evitou polemizar sobre a legalidade
ou não de sua destituição. "Não
sou advogado, não sei responder.
Legal ou não legal, eu acredito que
em nada contribuiria hoje, de minha parte, qualquer tipo de ação
nessa linha [de tentar ficar]."
Elogios
Na cerimônia de posse do novo
presidente da Anatel, Pedro Jaime
Ziller, Schymura foi muito elogiado pelos ministros José Dirceu
(Casa Civil) e Miro Teixeira. Dirceu disse que compareceu à cerimônia por determinação do presidente Lula para, principalmente, agradecer a Schymura.
Segundo Dirceu, ele estava na
cerimônia para "expressar o agradecimento do presidente da República ao doutor Schymura, o reconhecimento do trabalho que ele
desenvolveu na Anatel, o seu espírito público, a sua competência, a
sua capacidade técnica e o desprendimento de cidadão".
Já Miro Teixeira -que teve desentendimentos públicos com
Schymura no início de 2003-
disse que tinha se tornado um
"amigo de infância" de Schymura. Para ele, os desentendimentos
foram "amistosos". Miro disse
ainda que manteria contato com
Schymura e que seria de "mau
gosto" se ele não fizesse o mesmo.
Em discurso durante a cerimônia de transmissão de cargo, na
Anatel, o ministro Miro Teixeira
fez uma oferta pública de emprego a Schymura. "Vou ter uma
conversa com ele para aproveitar
seu talento em outra área do governo", disse o ministro.
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