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Associação e PSDB
questionam a troca
DA REPORTAGEM LOCAL
A Abar (Associação Brasileira
das Agências de Regulação) avalia
que o processo que resultou na
demissão de Luiz Guilherme
Schymura da presidência da Anatel expõe o propósito do governo
de "subordinar" as reguladoras.
Também o PSDB questiona a
substituição.
Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse
que a mudança feita pelo governo
Lula no comando da Anatel é
questionável na Justiça, mas que o
partido ainda não se reuniu para
discutir o assunto.
"A matéria é questionável. O
que está em jogo é se as agências
são independentes, como entendíamos no governo passado, ou
se são mero departamento do governo", afirmou o senador.
Vírgilio fez questão de afirmar
que "entendíamos [o PSDB] que
as agências são independentes do
governo, e não um apêndice". Segundo ele, a forma como as agências são tratadas pelo governo Lula são "a médio e a longo prazo
um atentado contra o emprego e
o investimento".
"O preocupante é a renúncia
provocada, o pedido para a renúncia ou o constrangimento, dependendo da interpretação, a que
o Poder Executivo submete o dirigente de uma agência para que ele
renuncie", afirma Maria Augusta
Feldman, presidente da Abar.
""Esse caso evidencia o desejo do
Executivo de subordinar o órgão
regulador", completa.
Para Feldman, a remoção do
presidente da Anatel terá como
efeito imediato uma fragilização
dos dirigentes de agências, ou seja, estenderia-se à ANP (Agência
Nacional do Petróleo) e à Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica), que completam o grupo de
principais reguladoras nacionais.
"Os dirigentes não deveriam se
preocupar com eventuais pedidos
de renúncia, mas em cumprir os
dispositivos legais previstos para
seus cargos", argumenta.
Arthur Barrionuevo, ex-conselheiro do Cade e professor da
FGV-Eaesp, vai na mesma linha.
"Desde o início, o governo age de
forma contrária à defesa da autonomia da agências." Usa como
exemplo o fato de o governo ter
definido o novo modelo para o setor elétrico via MP (medida provisória). "Decisões como essas acabam criando situação em que as
agências não regulam de fato."
(JOSÉ ALAN DIAS)
Colaborou a Sucursal de Brasília
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